Olhos de Jade
Nós nos amávamos, fato. A distância nem sonhava que era driblada por pensamentos, lembranças e recordações. As vezes ficávamos meses sem ouvir a voz um do outro. Sempre o amor vinha e trazia algum recado. Sabíamos da vida um do outro. Enquanto seu interior se corroia de dor, eu sentia minha incapacidade de ajudar, me senti tão pequena diante da realidade, tão insignificante perto da esperada separação.
Não sei por que desde pequena te chamava de “Indi”, um apelido que inventei, só eu te chamava assim. Você era meu Indi, meu irmão lindo de olhos de jade.
Nós, irmãos, temos uma coisa linda que é dizer “Te amo” do nada, assim, de repente dizemos “te amo”, isso é tão bom, passei isso adiante e hoje meu filho, meus sobrinhos e todos ao meu lado ficamos dizendo “eu te amo”, como se fosse a última vez, como se no minuto seguinte fôssemos ir embora. Acho isso bom demais.
Nesses anos em que moro “aqui e você “aí” falamos e nos vimos muito pouco, mas em todas as ocasiões em que isso aconteceu nós nos amamos em cada minuto em que estivemos juntos, sempre dizendo “eu te amo”, valeu tanto que vou me alimentar disso pro resto de minha existência terrena.
Você partiu domingo, dia 18 de janeiro de 2009, nem deu tempo de te abraçar esse ano e nem dizer “eu te amo”, mas tenho certeza de que quando você disse meu nome, com dificuldade de respirar, disse também “eu te amo minha irmã”. Seus olhos de jade ainda vão iluminar meu caminho como dois faróis que nunca vão se apagar.
Segue sempre a luz. Deus é eternamente bom, se deixe envolver pelo amor que levas contigo e seguirás o caminho da evolução. Indi, meu irmão lindo e amado fico aqui orando por você ainda sentindo seu abraço e ouvindo você me chamar de “pretinha”. Vou te amar sempre, e todas as vezes em que o mar se apresentar verde, o mar que você tanto amava, vou imaginar seus olhos lindos me dizendo “te amo”.
Este texto é em homenagem ao meu irmão Luiz Domingos de Moraes Carvalho que domingo, dia 18 de janeiro de 2009, desencarnou.
Agradeço a todos as preces e força que estou recebendo. Fiquem todos com Deus, e desejo que todos que tiveram suas perdas entreguem suas dores nas mãos do Mestre Jesus e deixe que o tempo lhes ensine que o sofrimento é opcional, a dor necessária e a paz de espírito uma bênção divina.
Ana Maria de Moraes carvalho