Tributo a Clarice Lispector 2

A Clarice Lispector.

Dizia Clarice: Como é que se escreve?E responde também: E ainda não me habituei a que me chamem de escritora.Porque, fora das horas em que escrevo, não sei absolutamente escrever. E continua: Será que escrever não é ofício?Não há aprendizagem, então?O que é?Só me considerarei escritora no dia em que eu disser: sei escrever.

Ao ler este questionamento sincero dela, sabendo do seu talento real. Fica mais responsável o meu desejo de escrever. Clarice, tinha uma cultura vasta. E eu! Uma vontade grande, uma chama interior, querendo de alguma forma expandir-se. Quando escrevo meu espírito se comunica, diz o que devo dizer. Sinto que minha vida está,abrindo fendas invisíveis.Sou eu, sou outras, numa única matéria. Gosto de escrever o que vem da alma. De coisas profundas, porque só na profundidade me encontro.

Clarice, se que posso chamar com intimidade. Cara amiga, o meus olhos se enchem de lágrimas quando li tua paixão pelos cavalos. Tuas palavras soam como um eco. As percebo dentro de mim. Não consigo falar da alma como tu falas. Da alma do cavalo.Da força, da beleza, da doçura, da coragem e da revoltar quando está na prisão, no domínio do homem.

Amiga, dias passado encontrei uma bela égua numa baia. Eu a toquei. Seus olhos tão dóceis e amáveis passavam tanto afeto! E eu a amei. Voltei naquele mesmo dia à noite e ela já não estava e não nos despedimos.

Hoje veio a minha mente as lembranças daquele dia. Deixou-me a vontade de falar assim:

O sol se esconde lá montanha,

O vento varre a poeira...

Te vejo na campina livre, solta,

Ouço o teu relinchar bem alto,

Entre saltos a correr contente e feliz,

A noite chega para teu sono acolher

A lua brilha lá no céu,

A paz invade o teu corpo cansado da luta,

E tu dorme.

Dyabarros
Enviado por Dyabarros em 18/01/2009
Reeditado em 18/01/2009
Código do texto: T1391640
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