Exilado
É o caçula de nós quatro.
Quando éramos pequenos
O chamávamos de “Neguinho”.
Paparicado, era uma graça, bonzinho...
Com seus quatro anos dizia que ia sair de casa.
Cresceu um pouco ficou menino, adolescente
Virou Crovinho, era, gracioso, querido, teimooooso...
Não gostava de estudar, achava que nunca ia precisar
Gostava mesmo era daquele trator azul e a terra preparar.
Tornou-se adulto, homem feito. Hoje é Clóvis.
Casou-se, constitui família pai, e esposo amoroso, dedicado
Mais o sonho de conhecer o mundo desassossegava...
Planejou buscar em terras distantes o conforto e o bem estar.
Saiu de casa, correu atrás dos sonhos de menino
Atravessou fronteiras, conheceu o inusitado...
Mais no coração belo homem de cabelos prateados
Ainda vive o menino no sonho agarrado.
Um pouco sonha, um pouco vive a realidade
Trabalha duro, passeia, se encanta, ri ...
Mais de vez em quando se pega amuado
Pois é feliz, mais carrega na alma a dor do exilado!