A DOR DA SAUDADE

A DOR DA SAUDADE

Arranha na garganta a forte agonia de incapacidade

No peito ferido uma dor descompassada

Desequilibrada, incompreensível, malvada

Entre soluços e lágrimas a existência da saudade

Impossível entender a distância

A nova estrada por onde caminha

O não escutar mais os bons dias

Queria lhe acompanhar minha querida

As lembranças aumentam a minha dor

Faltam teus deliciosos beijos e palavras de amor

Ver-lhe pacientemente a me esperar

Dizer que estava com saudades e me abraçar

E tudo que mais tento é acordar deste pesadelo

Mesmo sentindo na carne fraca essa realidade

Que teima em nos colocar a prova

Em alguns momentos olho para o meu lado

E vejo que é em horas de dor que os verdadeiros amigos nos confortam

Mesmo que não existam palavras para o adeus

Existe o estar ali, ao lado, presente, para o que precisar

Que Deus ilumine o caminho não apenas de quem faz a viajem

Mas de quem continua nessa jornada da vida traiçoeira

De montanhas e planícies, de mares e vulcões, de mágoas e alegrias

É encorajador saber que Deus nunca vai lhe fardo que não possa carregar

É triste saber que na volta não estarás mas em minha casa

(dedicado a uma grande amiga, Jannayna, que perdeu sua mãe querida)