Meu Tio Jandy,Memorial(I)
Acaba de passar para outra dimensão meu tio Jandy,o mais velho.Minha avó Theóphila Theonila teve nada menos que dezenove filhos.
Destes,sobraram cinco,do tio Jandy à minha mãe,Terezinha.Extremos dessa fieira, se adoravam.
Meu tio foi uma referência em minha vida.Ao ver que eu gostava de ler,comprou-me "A Cabana do pai Thomás",em uma bela capa dura.Apresentou-me à sua estante,a não proibida.Na proibida aos meus doze anos,estavam os livros de Jorge Amado,que ele e a esposa, a linda Tia Mary,liam,rindo à socapa.Um dia peguei a chave e li uns trechos.Uff!
Novinho,ele foi para am Amazônia,para os seringais,meio fugido de casa e passou o diabo,até fugir,vestido de padre.Era bem humorado e ao mesmo tempo,muito bravo.
Nas férias,nos pegava para viajar com ele,que era representante farmacêutico.Tia Mary,da família italiana Lomonte,de Alfenas,MG,era formada em Farmácia e foi na dela que ele a conheceu.
Dado a doces e amorosos raptos,uma vez "raptou" os sobrinhos-netos ,ligando depois da estrada ,dizendo que levara a turma toda,de Juiz de Fora para Campanha.
Certa feita,chegaram a nosso apartamento na Av.Rio Branco,ele e Tia Mary (o nome todo era Mariantonia),uma mulher deveras elegante e doce,nariz romano e olhos esverdeados.Ela ria muito;ambos estavam na estrada quando ele,saudoso da mana caçula e dos sobrinhos,cometeu novo rapto.Depois do jantar,lá estava ela na pia,lavando com sabonete ,a calcinha,pois voltariam pela manhã e ela não levara nada.Era domingo,comércio fechado.Essas surpresas eram-nos motivo de grande alegria.
Foram pais de Solimar (nome formado por Solimões,seu segundo prenome, e Mar,de Mari),que é advogada e Leonardo Luiz,que carrega os nomes dos dois.É conhecido como Nardinho e se parece fisicamente com a família nordestina do pai e a italiana da mamma...O terceiro filho,um anjo.Chamava-se Mauricinho,criança eterna de lábios corados e um mundo denso...
Nas viagens com tio Jan,passei também férias em Pouso Alegre,onde ele,excelente filhjo,comprara uma chácara para meu avô Luiz Máximo e minha avó Theó,que aguardava o filho querido à porta,cheia de saudades.
Para que Mauricinho tivesse um bom tratamento,mudaram-se de Alfenas para campanha,a cidade histórica de Vital Brasil,onde instalou uma farmácia com o nome do cientista.Tia Mary era muito trabalhadora e todos os dias,estava lá.Titio às vezes,viajava distribuindo medicamentos nas pequenas farmácias do interior mineiro.
Ele estava sempre muito bem vestido,gostava de coisas finas.Autodidata,sempre quis editar um livro de memórias e comigo trocou cartas sobre isso.
A passagem da esposa,grande companheira, deixou-o desconsalado.Algum tempo depois,conheceu uma senhora de Jundiaí,chamada Raquel,com quem contraiu segundas núpcias.
E agora,se vai o meu tio.Eu nem soube,senão já muito tarde.Não fui encontrada,pois chego tarde do consultório.Mais tarde,minha mana Cleone ligou e deu-me,com cuidado,a notícia.Soube,pelo Nardinho,que minha prima Soli declamou o poema "Um Homem ",que escrevi há muitos anos e lhe dediquei.Assim,através de minha palavra,"estive"lá Passei a noite em vigília,recordando esse tioquerido.
Que descanse entre os seus entes queridos,ancestrais e amigos.
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Acaba de passar para outra dimensão meu tio Jandy,o mais velho.Minha avó Theóphila Theonila teve nada menos que dezenove filhos.
Destes,sobraram cinco,do tio Jandy à minha mãe,Terezinha.Extremos dessa fieira, se adoravam.
Meu tio foi uma referência em minha vida.Ao ver que eu gostava de ler,comprou-me "A Cabana do pai Thomás",em uma bela capa dura.Apresentou-me à sua estante,a não proibida.Na proibida aos meus doze anos,estavam os livros de Jorge Amado,que ele e a esposa, a linda Tia Mary,liam,rindo à socapa.Um dia peguei a chave e li uns trechos.Uff!
Novinho,ele foi para am Amazônia,para os seringais,meio fugido de casa e passou o diabo,até fugir,vestido de padre.Era bem humorado e ao mesmo tempo,muito bravo.
Nas férias,nos pegava para viajar com ele,que era representante farmacêutico.Tia Mary,da família italiana Lomonte,de Alfenas,MG,era formada em Farmácia e foi na dela que ele a conheceu.
Dado a doces e amorosos raptos,uma vez "raptou" os sobrinhos-netos ,ligando depois da estrada ,dizendo que levara a turma toda,de Juiz de Fora para Campanha.
Certa feita,chegaram a nosso apartamento na Av.Rio Branco,ele e Tia Mary (o nome todo era Mariantonia),uma mulher deveras elegante e doce,nariz romano e olhos esverdeados.Ela ria muito;ambos estavam na estrada quando ele,saudoso da mana caçula e dos sobrinhos,cometeu novo rapto.Depois do jantar,lá estava ela na pia,lavando com sabonete ,a calcinha,pois voltariam pela manhã e ela não levara nada.Era domingo,comércio fechado.Essas surpresas eram-nos motivo de grande alegria.
Foram pais de Solimar (nome formado por Solimões,seu segundo prenome, e Mar,de Mari),que é advogada e Leonardo Luiz,que carrega os nomes dos dois.É conhecido como Nardinho e se parece fisicamente com a família nordestina do pai e a italiana da mamma...O terceiro filho,um anjo.Chamava-se Mauricinho,criança eterna de lábios corados e um mundo denso...
Nas viagens com tio Jan,passei também férias em Pouso Alegre,onde ele,excelente filhjo,comprara uma chácara para meu avô Luiz Máximo e minha avó Theó,que aguardava o filho querido à porta,cheia de saudades.
Para que Mauricinho tivesse um bom tratamento,mudaram-se de Alfenas para campanha,a cidade histórica de Vital Brasil,onde instalou uma farmácia com o nome do cientista.Tia Mary era muito trabalhadora e todos os dias,estava lá.Titio às vezes,viajava distribuindo medicamentos nas pequenas farmácias do interior mineiro.
Ele estava sempre muito bem vestido,gostava de coisas finas.Autodidata,sempre quis editar um livro de memórias e comigo trocou cartas sobre isso.
A passagem da esposa,grande companheira, deixou-o desconsalado.Algum tempo depois,conheceu uma senhora de Jundiaí,chamada Raquel,com quem contraiu segundas núpcias.
E agora,se vai o meu tio.Eu nem soube,senão já muito tarde.Não fui encontrada,pois chego tarde do consultório.Mais tarde,minha mana Cleone ligou e deu-me,com cuidado,a notícia.Soube,pelo Nardinho,que minha prima Soli declamou o poema "Um Homem ",que escrevi há muitos anos e lhe dediquei.Assim,através de minha palavra,"estive"lá Passei a noite em vigília,recordando esse tioquerido.
Que descanse entre os seus entes queridos,ancestrais e amigos.
Clevane Pessoa de Araújo Lopes