Um Amigo de Verdade
Ao longo da nossa vida convivemos com muita gente e, em muitas situações diferentes, muitas pessoas mudam conforme o momento.
Mas hoje eu vou escrever sobre um amigo autêntico. Em todas as horas era sempre o mesmo: honesto, sincero, comunicativo. Dono de uma personalidade fora do comum transmitia otimismo a todos aqueles que foram seus amigos, e eu tive o privilégio de ser um deles, mas como ele tinha facilidade de fazer amigos, eu fui apenas mais um.
João Gonçalves Teixeira, ainda moço veio de Monte Mor, e desde os primeiros dias adaptou-se à nossa turma de rapazes, e era figura obrigatória em nossos passeios, nos circos, nas quermesses, ou na Rua Sales de Oliveira, onde existia a sede do Campinas, lugar de encontro dos moços e moças da época.
Com a cobertura do serviço de auto-falantes, todos nós passávamos noites muito agradáveis, ali naquele local. Quantos namoros sérios foram iniciados ali e acabaram recebendo do Padre Guilherme, na Igreja de São José, as bênçãos de um casamento eterno.
O João era meu amigo constante nesses passeios. Um dia ele me confidenciou: “Posso te dar a certeza que a mulher que levou o meu coração está muito perto de nós”.
Quando eu fui trabalhar de foguista, na Cia. Mogiana de Estradas de Ferro, os nossos encontros tornaram-se mais raros. Um dia ele me falou: “Eu vou me casar com a Srta. Aparecida Massucatto”. Eu então lhe disse: “Meus parabéns, vocês irão formar o par certo e pode confiar nas minhas palavras: Essa união será abençoada por Deus”.
Nosso João e nossa amiga Aparecida casaram-se numa união de amor verdadeiro. Depois de algum tempo vieram dois filhos: Luiz Antonio e João Carlos, formando uma digna família.
O nosso João, com muito esforço construiu uma casa no Parque Industrial, mas eu nunca perdi o contato com essa família.
Em 1959 eu também me casei com uma “rainha”, como o João. Eu e minha querida Lucy fomos morar vizinhos dos pais de Dona Aparecida: o Sr. Júlio e a Dona Itália que nos queriam muito bem, como se fossem nossos pais.
E o meu amigo João sempre me incentivava a começar a construir uma casa, visto eu ter um terreno localizado um pouco acima da sua residência. Então eu aceitei os seus conselhos e fiz meia casa. Fomos morar nos dois cômodos. Passado algum tempo, a casa estava completa. Isso eu devo ao João. Graças aos seus incentivos e apoio em todas as horas.
Sempre fomos amigos, desde os primeiros dias quando o João apareceu no Bar e Campo de Bochas Floresta, na Rua Carlos de Campos.
Falávamos de nossas famílias com muito entusiasmo. Ele me dizia que eu havia ganho na loteria por ter a família que tenho, e eu lhe dizia:”Você merece tudo o que tem, pois lutou muito por isso”.
Aposentou-se no Curtume Cantúsio, sempre rodeado de amigos, pois ele era humilde, de um caráter excepcional, e triunfou no trabalho pela sua dedicação e inteligência.
Um dia o Nosso Pai Celestial o chamou para o Seu Reino. Ele deixou atrás de si uma esteira de luz e muita saudade em todos aqueles que o conheceram.
Deus o tenha a Seu lado.