AO MARCOLINO CANDEIAS – ILHA DE BRUMAS - AÇORES
AÇORES - ILHA TERCEIRA – ANGRA DO HEROÍSMO
Nadir Silveira Dias
Ando a procura de uma palavra que faça amor ao simples enunciado. Uma palavra que cante a vida, que cante a amizade.
Uma palavra que cante a amada Porto Alegre, de 60 casais, a Piratini, de 1789, de 48 casais açorianos, a Viamão, de 1741, o Rio Grande, de 1737, a Santo Antônio da Patrulha, de 1719, a São Luiz Gonzaga, de 1687, a São Nicolau, de 1626.
Uma palavra que cante a Grécia, a Normandia, a Provence, a Trapani, a Sicília.
Uma palavra que cante o Brasil, Portugal, Madeira, Galícia, seus amores, Açores, nossos amores!
Uma palavra que cante a própria aldeia, a alheia aldeia, e o universal que cada qual expressa e contém.
E não estou só! Ainda bem! Marcolino Candeias, da sua Cinco Ribeiras, da sua morada na Rua do Galo, na sua Angra do Heroísmo, na sua Ilha Terceira, dos Açores, também canta a sua Terra, o seu Povo, a sua Gente, da sua Ilha de Brumas. É dele o poema que segue, da sua Distância:
“De Súbito Violeta Borboleta
Marcolino Candeias
De súbito eras uma borboleta em meus olhos
e sobre a tua fronte de veludo
marulhavam florestas de encantos
Pelo prezamento com que coraste
verifiquei já seres mulherzinha
Como uma nuvem passando sob o sol
põe toda em ondas a doce campina”
Marcolino Candeias (Coelho Lopes) é poeta e escritor, bacharelado em Filologia Românica na Universidade de Coimbra. Atualmente é o Presidente do Gabinete da Zona Classificada de Angra do Heroísmo. É uma das vozes “(...) mais importantes do grupo a que pertenceu e a que se convencionou chamar Geração Glacial, fundamentalmente preocupado com os valores mais profundos relacionados com a sociedade, a liberdade, a democracia e o papel do homem neste contexto e que trouxe um contributo considerável à actividade literária nos Açores. Sem dúvida, um dos maiores poetas do arquipélago, tem colaboração dispersa por jornais e revistas nacionais e estrangeiras, bem como alguns poemas traduzidos para inglês e eslovaco. (...)”, consoante bem assinala E. Félix, na contracapa.
O poema foi reproduzido como constante no capítulo Distância do livro que tem por título “Na Distância deste Tempo”, p. 51, 2ª Edição Revista, Colecção Garajau (Série Especial), Edições Salamandra, 62 pp., Lisboa. Outubro de 2002, ISBN 972-689-212-0.
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Escritor e Poeta – nadirsdias@yahoo.com.br