QUASE SETECENTOS E VINTE (DESPEDIDA DE RIBEIRÓPOLIS)
Daqui estou me indo
Tentarei esquecer
Os momentos de glorias
Principalmente os de derrotas
Talvez me lembre da tarde
Que olhei os olhos de uma virgem
E que segurei a mão dela.
Talvez me lembre dos amigos
De todos, dos traidores,
Culpados do insucesso
E dos bons amigos
Que fizeram o impossível
Para me ver no extremo do sucesso
Lembrarei de minha amiga Naty
E também da loirinha
Que muitas tardes me ouviu.
Tão cedo não voltarei
A dor sobre mim predominou aqui
A gloria também se fez presente
Andaram juntas gloria e derrota
Em meu insignificante corriqueiro
Ora o sorriso da virgem
Ora sua frieza.
Aqui voltarei talvez
Quando for o dono do mundo
Trouxer o sol em minha mão
As estrelas no meu bolso
E a lua em meu coração.
Voltarei aqui talvez
Para esmagar os traidores
Ou os que me fizeram sofrer
Ou pra conquistar um amor
Que em meu peito tento fazer morrer.
Talvez volte para novamente
Para segurar a mão daquela
Que o carisma é indescritível
E que o rosto é uma bela paisagem
E sentir o perfume dela
Que era a passagem
Para a dimensão da imortalidade.
A avenida é a testemunha da arte
Pois nela um poeta chorou e sofreu
E para os de quem gosto
O meu sincero adeus.