À minha esposa.
Minha esposa, minha querida companheira, me refiro sempre à sua pessoa quando quero expor de modo certo, até que ponto pode o amor chegar, quantas barreiras uma pessoa pode vencer ou ultrapassar para chegar a um objetivo com relação a agradar o ser amado.
Para mim, a maior virtude do amor reside na capacidade de suportar as diferenças de opiniões. Quem ama, a meu ver, não insiste em mudar o ser amado, aceita suas virtudes e defeitos, quando se ama verdadeiramente, embora não saiba até que ponto esta expressão seja adequada, pois para o amor só existe um nível, uma noção de juízo.
Quem vive um amor é porque avançou para um estado sublime de tolerância, não se pode dar nome ao que se apresenta nos nossos dias, sobretudo nas relações maritais, de amor, pelo simples fato: vemos muitos casais que se suportam pelas convenções sociais, basta que surjam dificuldades, seja de origem prática ou sentimental para que venha à tona uma verdadeira aversão à pessoa que se dizia amar, por quem até se morreria. Discuto este assunto, para que possa causar alguma reflexão nas pessoas que vivem juntas por comodismo ou conformismo.
Acredito no amor, na cumplicidade marital, quando ambos olham para o mesmo horizonte. É preciso que o tempo mostre o que muitos fingem não ver, muito menos admitir: conviver com alguém por vinte anos ou mais e não se tornarem inimigos literais, isso pode ser um bom indício de que essas duas pessoas no mínimo se respeitam.
Poderíamos trocar o sentido da palavra amor, talvez por tolerância? Não é este o caso, a semântica talvez, o sentido não.
Sobre aquela pessoa que me é cara, minha afortunada metade, devo dizer, o que me tem feito crer no amor, isso já por vinte anos: é o fato de apesar dos meus incontáveis defeitos, ela tem me agüentado e sido sujeita a esse amor por quem ela vive.
Minha querida esposa, devo a ti a minha crença no amor, na vida e até em Deus. Te amo, acredito que seja isso o que quer dizer amar alguém, querer sempre o melhor para a pessoa amada. Devo confessar que não sou o melhor, mas sou o que sou para te agradar, para te fazer feliz, e para que nunca percas a fé que tens no amor e na vida. Minha cara alma metade, Iranete!
Evan do Carmo. 30/11/08