ADEUS, BUNI
Nunca teve identidade.
Mas se identificava com a família de verdade.
Nunca entendeu o verbo.
Mas sabia o que era errado e o que era certo.
Nunca teve dinheiro
para nos comprar uma lembrança.
Mas sentindo longe o nosso cheiro
o rabinho já balança.
Nunca nos disse uma palavra de carinho.
Mas tinha um olhar
que nos fazia entender
o quanto nos amava do seu jeitinho.
Acho também que quase nunca nos obedecia.
Fazia que fazia
e sempre ficava pedindo comida na cozinha...
Com o olhar,
com a cheirada,
com a lambida
e a patinha
nos dizia mais
do que nós lhe dizíamos,
na sua sinceridade canina.
Buni, de "bunitinha".
Uma pequena cadelinha.
Que por mais de 14 anos
encheu a casa de alegria.
11/11/2008