PERFIL
Reproduzo aqui, plena de gratidão, uma colagem que Terezinha Bertazzi fez com meus poemas:
Li e depois colhi... Condensei desidratei, e centrifuguei. Reidratei e compactei em forma de um pequeno bastão... Com o pastel esbocei o perfil de uma certa Poeta chamada
...BARTIRA
A Terra vivia calma durante o dia e a noite.
A lua sempre...captura o tempo-espaço.
Um vento, a dança longe, outros lados. Amanhece.
O ventre, por sua natureza relata o meu coração:
As flores desabrocham num mundo com força.
O vento sopra.
Repouso.
As roupas dispenso (comigo dando a direção)...
Contemplo o lago, luz gentil e expressiva; a resposta, um passeio
... e as estrelas já cintilam.
Tenhamos o nascente
...tão velho congelado, matinal.
Escolhi Hibiscos; no alto, as copas; nos lados o vento...
O pé, no chão, sentido novo! Eis me aqui: PALAVRAS.
Sentido picante, afeto concreto, frutos.
Usando a palavra simples, ínfima porção sobre nada numa tarde fria:
- meu mundo. Sou palavra.
Gasto-me em mim, peça por peça; sujeita; sem pausa.
Espero. Espero como convém.
Beijo, boca, mundo.
Celebro o amor dos amores imortais; no templo a vida constante, vasto manto do
poente. Enfim um canto...
Eu me exponho enquanto espero.
Escorrego converso caminho. Eu quero!
Suspensa no horizonte sete vezes sete... olhando versos.
Sopra a brisa nas formas deslocadas, o cheiro da terra, o canto do Sabiá...
Os meus lençóis correm tranqüilos artifícios (rumores da floresta...)
Há um segredo pra viver em doce sinfonia; seu trajeto, um tempo olhando seu
estoque.
A lágrima da alma, semente que plantei; reveladora.
Tranqüilo é o caminho em seu papel, meu outro lado;
o avesso rumo ao destino da desova.
Barra o vento nas escarpas das montanhas. Habito terra abandonada em mim;
estou ciente.
Se não há grão ao se falar de amor, palavra na fala do poeta que se alastra:
uma estátua pintada de branco.
Sem temor, a distância por vencer. Longa essa viagem
e o índigo das noites aos poucos.
Eu inventei um mundo rolando na minha mão, a casa com varanda, estrelas.
Oh! Estrelas... amostra que perdura...
Escalo as palavras nos versos com seus temas bem cantados sobre a forma;
matéria cósmica; uma flor sob o céu alvissareiro, um rastro de poeira,
um plano de amor sorvendo texturas novas...
De Terezinha Bertazzi para Nilza Hoehne Rigo: ACLA – 08
Reproduzo aqui, plena de gratidão, uma colagem que Terezinha Bertazzi fez com meus poemas:
Li e depois colhi... Condensei desidratei, e centrifuguei. Reidratei e compactei em forma de um pequeno bastão... Com o pastel esbocei o perfil de uma certa Poeta chamada
...BARTIRA
A Terra vivia calma durante o dia e a noite.
A lua sempre...captura o tempo-espaço.
Um vento, a dança longe, outros lados. Amanhece.
O ventre, por sua natureza relata o meu coração:
As flores desabrocham num mundo com força.
O vento sopra.
Repouso.
As roupas dispenso (comigo dando a direção)...
Contemplo o lago, luz gentil e expressiva; a resposta, um passeio
... e as estrelas já cintilam.
Tenhamos o nascente
...tão velho congelado, matinal.
Escolhi Hibiscos; no alto, as copas; nos lados o vento...
O pé, no chão, sentido novo! Eis me aqui: PALAVRAS.
Sentido picante, afeto concreto, frutos.
Usando a palavra simples, ínfima porção sobre nada numa tarde fria:
- meu mundo. Sou palavra.
Gasto-me em mim, peça por peça; sujeita; sem pausa.
Espero. Espero como convém.
Beijo, boca, mundo.
Celebro o amor dos amores imortais; no templo a vida constante, vasto manto do
poente. Enfim um canto...
Eu me exponho enquanto espero.
Escorrego converso caminho. Eu quero!
Suspensa no horizonte sete vezes sete... olhando versos.
Sopra a brisa nas formas deslocadas, o cheiro da terra, o canto do Sabiá...
Os meus lençóis correm tranqüilos artifícios (rumores da floresta...)
Há um segredo pra viver em doce sinfonia; seu trajeto, um tempo olhando seu
estoque.
A lágrima da alma, semente que plantei; reveladora.
Tranqüilo é o caminho em seu papel, meu outro lado;
o avesso rumo ao destino da desova.
Barra o vento nas escarpas das montanhas. Habito terra abandonada em mim;
estou ciente.
Se não há grão ao se falar de amor, palavra na fala do poeta que se alastra:
uma estátua pintada de branco.
Sem temor, a distância por vencer. Longa essa viagem
e o índigo das noites aos poucos.
Eu inventei um mundo rolando na minha mão, a casa com varanda, estrelas.
Oh! Estrelas... amostra que perdura...
Escalo as palavras nos versos com seus temas bem cantados sobre a forma;
matéria cósmica; uma flor sob o céu alvissareiro, um rastro de poeira,
um plano de amor sorvendo texturas novas...
De Terezinha Bertazzi para Nilza Hoehne Rigo: ACLA – 08