MORRER É COISA DE GENTE FRACA!

Cheguei aqui, na escuridão da morte.

Tudo estranho me pareceu o lugar.

Lugar que cheirava meu fim.

Cresci na labuta obrigatória... ganância maldita!

Fazia as coisas, mas nunca era suficiente.

O couro de minhas costas em tiras ficava, enroscado no couro da chibata.

Ouvia os estalos... covardes!!!

Meus olhos, encobertos com sangue, transpareciam a luz da revolta.

Meu pensamento viajava bem distante da dor angustiante.

Coragem homem, coragem... a foice da cana encravei no coração do feitor.

É... minha liberdade conquistei, no arraial do quilombo.

Banzo, para mim, ficou na saudade.

Enfim... comecei tatear o sonho da liberdade.

Na mata, encontrei meu refúgio.

Encontrei também outros irmãos, fortes de espírito.

Sou livre!

Não morrerei assim, tão facilmente,

pois morrer é coisa de gente fraca!

Zumbi dos Palmares