Um amor pra toda vida

Primeiro de abril de 1999. Não é mentira! Foi o dia que resolvi mudar minha vida. Tinha passado um certo tempo no seminário; e apesar de ter aprendido muito, Crescido muito também, já não tava me identificando com o que eu estava vivendo. Sentia que era hora de dar um passo mais ambicioso e talvez definitivo, que mudaria completamente o rumo da minha vida, até então, pacata, escondida e “casta”. Queria ver novos horizontes, experimentar coisas novas, sentimentos novos... Senti que ali não era mais o meu lugar, e que outras pessoas tinham que continuar o trabalho. Dia seguinte, cheguei pela manhã na casa de meus pais. Fui recebido com muita naturalidade. Meus pais, e de modo particular minha mãe, sempre me deixou muito livre para minhas escolhas. Não deixei o seminário e a vida religiosa para casar, como pensam alguns; deixei, porque sentia que não era mais o que eu queria. Fiquei até o mês de novembro, do mesmo ano, sem namorar. Foi então que, uma visita inesperada mudou tudo. Uma pessoa que conheci no passado, apareceu de repente. Estava no quarto tentando tirar um som do meu velho violão, quando ela chegou... Desconcertou-me completamente. Eu não podia acreditar que uma criança tão chata e feia, pudesse se tornar uma linda mulher. E era o que estava diante dos meus olhos. Por fim, senti que, o que era antipatia, desprezo, incômodo em estar perto, tornou-se desejo de experimentar e viver aquela situação inteiramente nova para mim. Nunca tinha namorado sério. Tinha só “ficado” e pouca vezes. Meu professor usava um termo para definir a situação que vivi naquela ocasião: “É como um elefante entrando numa loja de porcelana”. Tudo era novo, menos a certeza de que era aquela mulher que eu queria pro resto da minha vida e mais dez anos. Tinha a certeza que queria envelhecer ao seu lado e ter filhos. Ela passou apenas alguns instantes na minha casa. Quando já estava escurecendo, e as luzes da cidade se acendiam, fui levá-la até próximo de sua casa. Nesse primeiro encontro, tive de contentar-me com um beijo no rosto, bem próximo da boca. Fiquei esperando o dia do nosso primeiro beijo de verdade. E o dia chegou! Foi no dia quinze de novembro do mesmo ano, num sítio. Era fim de tarde, mas o sol ainda estava quente. Quando nossos lábios se tocaram pela primeira vez, nossa! Foi lindo! Foi bom! Sensação indescritível. Se pudesse, eternizaria aquele momento. Ali meus olhos se abriram; então pude ver que eu também era capaz de amar, de fazer alguém feliz e principalmente de constituir família. Hoje, depois de nove anos de casados, digo sem medo de errar: quando a gente ama, a gente mergulha no outro, e permite que o outro conheça a nossa alma. Até nossas limitações são superadas para um bem maior. Não existe “eu”; existe “eu e você”. E assim espero estar sempre atento ao seu carinho e dizer todo dia: Eu te amo como nunca amei ninguém. Sem você meus dias não seriam os mesmos. Resumindo: Amo-te, independente do passado, do presente e do futuro; e vou continuar te amando, para que cheguemos a uma velhice linda e feliz.

Caçador de mim
Enviado por Caçador de mim em 26/10/2008
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