CORA , SEMPRE CORA.....
CORA SEMPRE CORA
Mal pensava eu,que aos dezessete anos,receberia a dádiva de vir a conhecer aquela doce figura...
Oitenta e sete anos ,contava ela naquela ocasião...ANINHA.Hoje CORA CORALINA... ,nome artístico que explodiu no meio literário, com o mesmo impacto dos nomes que vieram para ficar...Assim que CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, se viu com um de seus livros nas mãos como: BECOS DE GOIÁS, MEU LIVRO DE CORDEL...(que tive o prazer de receber de suas próprias mãos...).Então , neste momento DRUMMOND , escreve uma crônica onde dizia...¨"SEU LIVRO É UM ENCANTO,SEU VERSO...É ÁGUA CORRENTE<SEU LIRISMO TEM A FORÇA E A DELICADEZA DAS COISAS NATURAIS". E publica no jornal Brasil.
Com esse ,aval Cora saiu das entranhas das pedras que circundam Goiás e alçou voo para o Brasil.
Então,eu jovenzinha,recém saída do colegial... passando férias em Goiânia ... estendi minha passagem ... para aqueles lados de VILA BOA... GOIÁS... ou como queiram ... foi paixão a primeira vista... Tive a imensa satisfação em poder conviver com CORA.
Na VELHA CASA DA PONTE...onde tudo transpira poesia... desde a acolhida...os mocamos,bisnetos de escravos ...únicos companheiros , até as mangas cheirosas ,colhidas no pomar ainda fresquinhas foram trazidas numa bacia de "louça gate", para que nós a saboreássemos,entre um poema e outro.Ali nascia outra poetisa...eu.
Amei estar naquela CASA VELHA DA PONTE...,onde cada móvel,cada parede,contava um pouco de seus ancestrais. Portas e janelas,traziam artesanato de mãos escrava.O RIO VERMELHO...com sua ponte iniciando-se em frente a porta de entrada da CASA VELHA...
Tudo é muito mágico,aquelas maõzinhas de doceira,.....
"artezanava" o açúcar e as palavras...
Tanta sabedoria adquirida ao longo da vida... foram registradas em seus escritos e deixadas como herança literária quem quer que lê-las.Ler CORA é divagar por caminhos"empedrados",nas encostas de GOIÁS,onde escravos construíram muralhas de pedras sobre as montanhas que circundam aquela mágica cidade,onde a´te quem não é ... se torna artista, pelo que vê e ouve,através dos estreitos becos de pedras,assim como é de "pedra a sopa de Aninha."
MULHER CORAGEM... Como diz:"Marcelo Barra, em suas canção em homenagem a CORA... Cora senhora... mulher passarinho que abre suas asas e foge do ninho... CORA coragem,CORA CORALINA..." ...Mulher de outro século que não deixou que sufocassem o seu grito... de liberdade mesmo que fosse através de seus escritos.Espalhou pelos possíveis o seu.. o seu canto e seus contos....enfim a sua majestosa força de mulher na fragilidade da poesia.Levando assim a quantos a conheceu a amá-la e amar também a sua literatura simples ,límpida como as águas que caem de um rochedo.