BEATLES

167 – CULTURA – (do Rio de Janeiro) Eu sou o sujeito mais suspeito para falar deste assunto, porque sou completamente apaixonado; mas toda vez que eu chego à Cidade mais Maravilhosa do mundo, recebo milhares de entidades culturais por todos os cantos onde os ventos uivam e o resultado é que uma melancolia extraordinária toma conta de minha cabeça, me fazendo refém de uma saudade que eu jamais poderia sentir, afinal de contas, eu não vivi intensamente a época em que eles estouraram na mídia.

Falo com propriedade dos Beatles, aquele grupo de Liverpool que revolucionou o mundo e que até hoje se consolida entre os mais rentáveis artistas de todos os tempos; este ano eles fizeram meio século de vida, sucesso e fãs espalhados desde a China, até o Alasca; se tivéssemos certeza que Marte fosse habitado, com certeza os marcianos seriam fãs deles também.

Há cerca de duas semanas, quando eu estava em Itumbiara, Goiás, conheci um sujeito meio louco, que assim como eu, é um apaixonado pelo grupo inglês dissolvido em 1970; Sérgio Pires, um químico quarentão, parou sua rotina para me ver beber algumas doses de Jack Daniels, enquanto ele, Coca-Cola; isso numa noite quente da cidade, num hotel que éramos hóspedes; papo vai, pão vem, começamos a falar de música e sem nenhuma surpresa, soubemos que gostávamos de Beatles e ele me presenteou com um programa de computador que possui todas as letras, capas de discos e músicas, todas as músicas daquela rapaziada animada.

Hoje, aqui, vendo o Cristo Redentor, mergulhei na musicalidade de 50 anos atrás e comecei a perceber, tardiamente, que nada mudou; tudo aquilo que foi sucesso ainda em meados do século passado, dos Beatles, até hoje faz sucesso e vende muito; as musiquetas quase infantis, que fala de amor de modo mais poético do que sensato, continua sendo a febre das rádios, CDS e DVDs e é isso que me impressiona nestes quatro rapazes, sendo que três já morreram (George, Ringo e Lennon), deixando um pouco desta magia inigualável por conta do besouro sessentão, Paul McCartney.

Da única vez que me casei numa igreja, eu entrei ao som de Eleanor Rigby, divinamente orquestrada pela London Symphony Orchestra; no fundo eu acho que curti mais a música do que todo naquele momento; na época, minha avó, que entrou comigo na igreja, no auge de seus mais de 80 anos, me disse no pé do ouvido: “música moderninha para se entrar numa igreja, mas é muito bonita!”. Lembro-me que na minha infância, havia uma televisão Colorado RQ, ainda em Preto e Branco, que eu adorava quando passava alguma coisa daqueles cabeludos lá do estrangeiro, era sensacional.

E então, meio século desde a formação e quase 40 anos da dissolução; três mortos da formação clássica (houve um quinto e nada comentado Beatle) são como se eles estivessem aí, gravando e regravando os velhos sucessos; a sensação é que os “caras” não morreram e que a banda está fazendo uma turnê atrás da outra. Milhares de jovens e cinqüentões, pelo mundo, continuam organizando novas bandas cover e suas músicas originais recebem mais e mais versões espetaculares como as que a Banda Across The Universe continua fazendo; todos os grandes artistas vivos, as estrelas da música mundial, pedem autorização para regravar as músicas todos os anos e os tributos, no meu ponto de vista, demorará pelo menos, mais 100 anos para começar a cair de moda, se é que isso será possível um dia.

Beatles será Beatles sempre e esta magia continuará contagiando jovens e velhos; e pensar que um dia, alguém disse aos garotos de Liverpool para procurarem outra profissão...! Ninguém imaginaria que eles fossem vender mais de 2 bilhões de cópias de seus trabalhos, ninguém imaginaria que aqueles garotos pobres fossem conquistar o mundo e serem mais lembrados como símbolo da Inglaterra do que a própria monarquia milenar. Os Beatles influenciaram e influenciam bandas do mundo todo. Pela inventiva criatividade e originalidade em suas canções, John Lennon e Paul McCartney criaram a mais celebrada e famosa dupla musical de todo o planeta.

Por estes e por muito mais destaques que os Beatles possuem, fica aqui a minha singela homenagem, dizendo aos meus leitores que eles devem ouvir sim mais Beatles e curtir o som que jamais será fora de moda. Para a satisfação de meu ego, eu tenho o prazer de dizer, que possuo hoje toda a discografia original e DVDs originais que foram lançados; deixo para os meus filhos e netos, este tesouro que passei 30 anos garimpando muito e que tenho certeza, que eles gostarão!

Viva os Quatro Rapazes de Liverpool!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

SITE DO AUTOR: www.irregular.com.br