A vida sem ele

"A vida sem ele"

Na noite do dia 11 de junho de 2007, às 20:30h, diante de nossos olhos, despede-se da vida terrena a pessoa que mais influenciou a minha vida: Meu pai. Trabalhador rural, simples, porém, muito respeitador e humano. Sabia como cativar as pessoas, como preservar as amizades e principalmente, conhecia e colocava em prática "a regra do bem viver". Nunca o vi com preguiça ou indisposto. Tinha um carinho especial por cada um dos dez filhos. Sempre na companhia de minha mãe, que carregava consigo uma tristeza pelo vício a que meu pai era submetido. Ele bebia muito.

com o passar dos anos, a doença foi chegando meio que disfarçada. Sentia uma dor e uma espécie de dormência no braço direito. fez exames e nada de detectar o que era. depois de um agravamento em seu quadro de saúde, suspeitou-se de mal-de-parkson, e AVC. Gradativamente foi perdendo os movimentos das mãos e equilíbrio do corpo. Começaram então as quedas, os tropeços e a dificuldade para andar. Foi quando, meio que tarde de mais, o médico diagnosticou a doença. Começaram então os tratamentos, as expectativa, esperanças e desilusões. Cada dia sentia como que ele fosse embora um pouquinho. Ai, já dependia da gente pra tudo, inclusive pra sobreviver. foi quando perdeu a fala e passou definitivamente para a cadeira de rodas. Foram sete anos lutando contra a doença. Cada banho, cada expressão de que estava gostando de algo que a fazíamos, era uma silenciosa alegria para nós. Chegou a um ponto que não sabia mais rir, nem chorar. Apenas, como uma criança, esperava pela água, pelo banho, pela comida.

Foi muito difícil acostumar com a idéia de sua ausência, e mais difícil ainda saber que nunca mais o verei de novo nesta vida. Porém, o que nos consola é a certeza que ele cumpriu sua missão aqui na terra. "combateu o bom combate, completou a corrida, Guardou a fé."

para nós, fica seu exemplo de pai, de amigo e de companheiro; seu otimismo diante da vida. Espero que, onde estiver, ore por nós que ficamos aqui, e que, um dia estaremos todos desfrutando desse mistério que agora vive. Por isso, cuide da pessoa que você ama enquanto ela vive... não deixe pra dizer com gestos e palavras que voce a ama, quando ela não poder mais ouvir e nem falar. Um abraço, um carinho, um afago... o que voce tiver vontade de expressar, faça-o enquanto vive, porque depois, é só saudades.

Caçador de mim

Caçador de mim
Enviado por Caçador de mim em 17/10/2008
Reeditado em 02/08/2010
Código do texto: T1233844