Saudade Primavera
(Em homenagem a Sra. Clélia Carvalho Bayer)
São flores que ao desabrochar, levam consigo sorrisos.
As mesmas flores que quando acaba primavera, faz extinguir felicidade.
Um soneto, mil palavras, no teu soar sempre soa correto.
É a sabedoria que vibra, história lúcida e viva em meio a inábil deserto.
São flores que por cada pétala exala admiração
As mesmas flores que nos tiram o caminho de um culto eficaz.
Tem forma perfeita a vaidade mesmo na delicada idade.
Escuta! Abrange! Não aflige este clamor... Que há de ser história pra eternidade.
Qual mais falange aplicar no que não há de se explicar?
É naquela casa, que mora uma senhora que tem asas!
Sua imaginação voa em oitavas. O calor da sabedoria não se cala em pouca brasa.
Qual outra distinta incrível memória que há de se igualar?
É relíquia, é sofredora pela arte, é astúcia, é a luz á escuridão de qualquer parte.
Seu trejeito de dedos longos ainda é visível na cautela e certeza. O frio não intimida há quem tem o inverno por destreza.
São flores que não mais se colhem... Os grandes óculos sobre a mesa.
As mesmas flores que exalaram tantas sementes... A casa entre árvores de portas fechadas.
A primavera acabou, com ela se foi uma flor. De todas as mais preciosa.
Das vontades a mais porosa. A primavera acabou, mas o preço da sua inolvidável beleza ninguém nos paga, a plenitude e fascínio da mais rica flor, ninguém apaga.
Douglas Tedesco – 08/10/2008