Absurdo
Grito, Berro, Clamo.
E tudo continua mudo impassível.
O desrazoavel silencio estremece,
Embora seja tudo que conheça.
Que tirar disto?
Nada.
Nada?
Algo há de convir,
Não hei de aceitar.
Mas, não há esperanças.
Estou em um monólogo; sem interlocutor.
Entretanto, até o deserto tem seus frutos.
O silêncio ilumina aquilo que as palavras ofuscam.
Reconheço a minha liberdade.
Não há voz a reclamar meus atos.
Mas ainda me pergunto, o quê fazer?
Viver, certamente.
No entanto, o silêncio emudece os julgamentos.
Sem eles, como me guiar?
Talvez trate-se somente de viver.
Viver o mais possível.
Esgotar e esgotar-me.
Será?
Dedicado ao “Mito de Sísifo”