NORDESTINO UM BRAVO

NORDESTINO UM BRAVO

A grande migração nordestina teve a seca com ponto primordial. A única indústria que não produz benfeitorias é a indústria da seca. Os proprietários dessa indústria querem torná-la mais ativa e rendosa. Matéria prima: fome, miséria, mortalidade infantil, formação de nanicos, pedintes. Todos estes quesitos são planejados estrategicamente e os resultados são rápidos e cruéis. Quando se trata de migração nordestina, tudo se passa como se fosse uma decorrência econômica e social natural, levando-se em conta a construção imaginária do tripé Nordeste/ seca/ migração. O nordeste tem um potencial de riqueza muito grande, mas os políticos imantam em seus infernais alfarrábios a solução para o nordeste, mas a solução não sai do papel.

O mais inteligente dos políticos diz que a solução da seca está na perfuração de poços profundos. Balela, todos sabem que a irrigação bem feita e por gotejamento será a solução mais bendita. Vejam o ensinamento árabe que construíram autódromo, cidades com excelente estrutura em pleno deserto. A migração nordestina, ou seja, de habitantes do Nordeste do Brasil para outras regiões do país, teve grande relevância na história brasileira. Devido ao auge da industrialização, entre as décadas de 1960 e 1980, a migração nordestina para a região Sudeste, em especial aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, foi intensa.

As capitais destes estados tornaram-se "terras de oportunidades”. Entre as décadas de 1980 e 1990 o fluxo migratório para o Sudeste diminuiu e surgiram também migrações para a região do Distrito Federal e também para o Amazonas. A quantidade de nordestinos fora do torrão natal é tão grande que nas regiões inseridas nas entrelinhas têm filhos e descendentes de nordestinos. Principalmente no eixo Rio-São Paulo. Com a melhoria estrutural de outras regiões do Brasil, somada aos problemas que surgiram nas grandes cidades por causa da superpopulação, a migração nordestina diminuiu consideravelmente. Apesar de o Rio de Janeiro e São Paulo continuarem sendo importantes pólos de atração, a migração "polinucleada" tornou-se mais evidente. Apesar do sofrimento o povo nordestino é bravo.

Integra em massa a cultura brasileira, a política e outros setores da sociedade. A grande migração gerou muitos debates na Câmara dos Deputados, artigos na revista O Cruzeiro - que tinha grande importância e circulação no período -, algumas páginas exclusivas nas Mensagens Presidenciais; enfim, certa preocupação social que, na maioria das vezes, estava relacionada à migração e aos problemas que esta poderia causar e não aos migrantes em si, ou seja, aos flagelados da seca procedentes de uma região carente de atenção, projetos e investimentos.

Pura realidade. Mas, a tendência é de melhora, visto que com a visão da implantação de indústria na zona rural o nordestino criou sangue novo tirando seu pão e o alimento dos filhos na própria cidade onde nasceu ou reside. De uma seca voraz o nordestino tirou da mente a energia benéfica de seus neurônios para deixar na história um grande livro. “O quinze” de Rachel de Queiroz a primeira mulher a assumir uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. O nordestino transforma as dificuldades em superações. Uma explicação alvissareira vem confirmar o que dissemos antes. .Nos últimos anos, o movimento tradicional de emigração tem reduzido ou até invertido na região Nordeste. Segundo o estudo "Nova geoeconomia do emprego no Brasil", da Universidade de Campinas (Unicamp), os estados do Ceará, Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte receberam mais migrantes entre 1999 e 2004 do que enviaram para outras regiões.

O estado da Paraíba, segundo a mesma pesquisa, foi o exemplo mais radical da transformação por que tem passado os padrões migratórios na região: inverteu o padrão migratório do saldo negativo de 61 mil pessoas para o saldo positivo de 45 mil. Em todos os outros Estados que continua a contar com um saldo migratório negativo, o número de migrantes diminuiu sensivelmente no mesmo período analisado: no Maranhão, diminuiu de 173 mil para 77 mil; em Pernambuco, de 115 mil para 24 mil; e na Bahia, de 267 mil para 84 mil.

Usar a inteligência para amenizar o sofrimento é ato de bravura e inteligência. A inchação das grandes capitais nordestinas e os meios de comunicação passaram a investir no turismo e foi um verdadeiro boom para o Nordeste. Com praias lindíssimas e belezas naturais fora do comum, uma costa intensa, a maioria dos estados nordestinos incharam suas capitais. Tanto é que as quatro capitais com mais população, duas são nordestinas, Salvador e Fortaleza. Se os homens poderosos não tomam decisões vamos nos unir e mudar a feição e acabar com a discriminação que infelizmente ainda acontece neste mundo de meu Deus.

Temos homens e mulheres cultos e uma infância totalmente diferenciada da de antigamente, estudantes se destacando com medalhas de ouro, prata e bronze em Olimpíadas diversas de Química, Física, Biologia e Matemática em termos nacionais e internacional. E é grande o número de nordestinos que conseguem os primeiros lugares nos concursos mais difíceis, como ITA (Instituto tecnológico da Aeronáutica), Colégio e Escola Naval, AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras), EPCA (Escola Preparatória de Cadetes do Ar e muitos outros. O herói transforma suas fraquezas em forças. Nordestinos os heróis brasileiros.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES- MEMBRO DA ACI-ALOMERCE E AOUVIR/CE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 06/10/2008
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