Um Certo Senhor Machado
Na vida real, um homem baixinho, mulato, doente. Tão feio que deixava crescer os bigodes e a barba para esconder parte do rosto. Funcionário exemplar, cavalheiro distinto. Na vida que transpôs para o papel, um homem cínico, irreverente, desrespeitoso. Tudo foi objeto de sua ironia, de sua amarga censura. Nenhum gênero literário foi seu desconhecido: escreveu poesia e teatro, crônica e crítica, conto e romance. Assistiu a abolição da escravatura e a proclamação da república no Brasil, mas não se envolveu em nada. O que lhe interessava eram os fatos de todos os dias, as inquietações do comportamento humano, o pitoresco e o ridículo.
Numa época em que a literatura brasileira se reduzia a estórias de amor e poesias grandiloqüentes, ele surgiu como um demolidor de tabus. Deixou de lado os enredos românticos, as pálidas donzelas e os gentis mancebos, para penetrar a fundo na alma de suas personagens.
Este homem doente, vindo de um lar triste e pobre, saiu à cidade para vencê-la. Acabou-se tornando uma das maiores glórias se não a maior, da literatura do Brasil: O Senhor Machado de Assis, o escritor.
Fonte: Enciclopédia Conhecer Brasil, página 12
Uma singela homenagem ao nosso escritor maior que no dia 29 de setembro de 1908, portanto a exatos 100 anos, deixou este mundo e entrou para história.
Obrigado Machado de Assis