Mulher Guerreira

Vida estranha tem as bailarinas...

Num dia, calçam sapatilhas e

dançam de acordo com a música,

sapateiam em palcos desconhecidos

enquanto sorriem para uma platéia

sedenta de diversão, consciente que

quando o espetáculo termina,

cada um volta para seus afazeres

com algumas lembranças que

ficarão guardadas até o próximo espetáculo.

Quantas vezes estas mesmas bailarinas

se equilibram sobre um salto sete e meio

resolvendo problemas do cotidiano

como se estivessem encenando

um belo espetáculo, dão ordens

para que sejam cumpridas com precisão,

e quase sempre, depois da ordem dada,

não aceitam o NÃO como resposta,

mas... dependendo do momento

e se estiverem erradas,

tem a humildade de se desculpar,

mas deixam sempre um espaço vazio

repleto de interrogações de que outra atitude

também poderia ter dado certo.

Estranhas estas bailarinas...

Que de chinelinho de pano,

bordado com miçangas coloridas,

enfeitados com laçinhos e fitas,

se despem do ego e vivem com êxtase

a maternidade, rolam no chão

como bolinhas de gude,

ou disfarçam-se de boneca de pano

para que brinquem com ela

e a qualquer problema com os filhos,

se sentem frágeis, impotentes,

e choram por se sentirem ineficientes

no auxilio quando a vida apronta alguma com eles.

Lindas bailarinas...

Se arrumam, se enfeitam para os seus amados

mesmo quando uma lágrima de tristeza rola

desatinada, com a dúvida de que não

sejam notadas, mas elas também são teimosas!!!

Estarão sempre prontas para continuar

se arrumando para serem amadas

ou simplesmente amar.

Não muito raro, guardam as sapatilhas,

engavetam os sapatos de salto alto

ou escondem os chinelinhos,

e tranquilamente calçam uma poderosa galocha

e atravessam os lamaçais barrentos

que compõem a vida,

são tão fortes estas bailarinas

que ate elas mesmas duvidam que

conseguirão transpor barreiras tão duras,

e por vezes desumanas,

mas quando do outro lado do lamaçal,

se sentem plenas, integras e prontas

para mais uma jornada

ou alguma falcatrua da vida,

conscientes que são seres espirituais

vivendo uma situação humana,

e não humanas vivendo

uma situação espiritual.

O tempo passou e quando olhamos

para trás vemos mais o que os filhos fizeram

do que fizemos, porque nos realizamos

nas realizações deles,

vibramos com o sucesso deles,

porque sabemos que na maioria das vezes

o bem estar deles depende do nosso,

e que nossa tranqüilidade

depende do bem estar deles.

Portanto...

É esta vida de bailarina,

que nos impele ao cotidiano

transformando a MULHER EM GUERREIRA

a MAE EM ENFERMEIRA

a SONHADORA EM PROFICIONAL COMPETENTE

a AMANTE EM COMPANHEIRA.

Desejo que comemoremos este dia

com mais alegrias que tristezas,

mais sorrisos que lágrimas,

mais exclamações prazerosas

que interrogações duvidosas

e que simplesmente não seja

mais uma data a ser comemorada,

e sim, respeitada.

Buscadora
Enviado por Buscadora em 07/03/2006
Código do texto: T120180