RÁDIO UMA PAIXÃO

RÁDIO UMA PAIXÃO

No meu ócio, na minha operância, nos meus momentos pungentes, o rádio sempre foi o meu fiel escudeiro. Será psicose essa paixão descomunal pelo rádio? Não sei. No meu tugúrio íntimo, nas minhas horas venturosas - não largo o rádio um só minuto. A psicosfera que o rádio produz reiteradas vezes, é um bálsamo para o coração. Se os mais afoitos, violentos, e de corações endurecidos se ouvissem rádio, o comportamento seria redimido numa proporção descomunal. Dia 25 de setembro é comemorado o dia do rádio, mas o rádio não tem dia. Ele preenche e humaniza as nossas ações perniciosas servindo de calmante para os momentos obsessivos de nossas vidas. Fico a indagar: Marconi ou Roberto Landell, Landell ou Marconi quem fez a caixinha falar? Questiúnculas a parte, mas a voz foi transmitida pelo invento de Landell de Moura. Uma fase de encantamento nos tomou de sublimes alegrias, quando do surgimento do rádio à pilha. Crianças hiatizando momentos de espanto e alegria perguntavam: de onde vem o som se o rádio não tem fio? O ser humano para viver necessita de sua bateria portentosa que é o coração.

E para matar a curiosidade da pivetada tivemos que explicar o funcionamento do rádio portátil, comparando-o ao corpo humano. Como toda criança ter um ar de curiosidade indagava: essas pilhas são para sempre? Não. O uso contínuo do rádio irá descarregá-la. E aí, indagou outra criança. Trocamos as pilhas e ele voltará a funcionar com a mesma potência dantes. Uma voz ao fundo dizia, que coisa maravilhosa, o homem é mesmo genial. Existe uma frase que faceia Landell e Marconi: “Na história das ciências das descobertas e dos inventos há sempre alguém glorificado pelas benesses da fama e outro relegado à sombra do esquecimento”.

O rádio surgido no início do século XX teve seu desenvolvimento por ocasião da primeira Guerra Mundial de 1914 a 18, servindo para comunicados e orientações na movimentação no exército ao longo das extensas e cruéis trincheiras que serpeavam do Mar do Norte ao Cáspio, dos Pirineus aos Cárpatos. De histórias já estamos engalanados, mas ditoso seria um ato excelso para aqueles que fizeram a história no rádio e tornaram-se famosos. O profissional do rádio chama-se radialista, ele pode transmitir boas ou más notícias, pois esta é a função do profissional do rádio. O rádio como citamos anteriormente está presente 24 horas por dia na vida de qualquer pessoa, em qualquer país do mundo e de qualquer procedência.

Experiências sem conta foram realizadas na divulgação da cultura e na sua incorporação pelas pessoas, pelas comunidades. A cultura define-se como ação aperfeiçoadora da pessoa e do grupo social. Inúmeras são as possibilidades de o rádio incentivar e semear a cultura. Literatura, música, transmissões esportivas, eventos de diversas naturezas, acontecimentos alegres e tristes, radionovelas, teatro e muitos outros espetáculos. Você sabia que: “O primeiro homem a emitir ondas de rádio em nosso planeta foi: O Padre Roberto Landell de Moura. Brasileiro, Gaúcho de Porto Alegre, realizou suas experiências na capital paulista em 1893.

Landell de Moura requereu diversas Patentes de suas invenções, nos Estados Unidos e que permaneceram devidamente engavetadas. Foi aí que Marconi Guglielmo Marconi, italiano, contando com toda publicidade possível assombrou o mundo em 1900, ligando por radiocomando as luzes Da Torre Eifel, em Paris, desde Roma. “Em 1909 - O Paranaense Lyvio Gomes Moreira, então Diretor de Telégrafos em Curitiba, foi o primeiro Radioamador brasileiro a colocar no ar sua Estação de Rádio de fabricação caseira e a manter contato com Radioamadores dos Estados Unidos, da Alemanha e outros países”. Minha paixão, a de muitos como Edgard Roquete Pinto em 1923, fez o Rio de Janeiro tremular por ocasião das solenidades do centenário da independência do Brasil na gestão do presidente Epitácio Pessoa.

Ainda em 1923: surgiram as seguintes emissoras: Rádio Sociedade do Rio de Janeiro; Rádio Clube do Brasil no Rio; Rádio Clube Paranaense de Curitiba PRB; Rádio Clube de Pernambuco; Rádio Educativa Paulista; Em 1924 - Rádio Sociedade da Bahia; Rádio Sociedade Gaúcha de Porto Alegre, A Ceará Rádio Clube associada ao sobrenome Dummar só vai aparecer identificando proprietários de quotas ou ações de emissora de rádio em 1931, quando, a 28 de agosto funda-se a Ceará Rádio Clube, “autorizada a irradiar com o prefixo PRA-T, em 16 de agosto de 1932”, mas só instalada em 19 de setembro de 1933, e depois licenciada com o prefixo PRE 9 pela portaria 415, de 30 de maio de 1934.

Da História do Rádio no Ceará extraímos que a informação pode soar inusitada mas, em verdade real: a radiofonia, não sob essa designação, mas nomeada radiotelefonia, tem sua pré-história ocorrendo em 1924, quando se instala em Fortaleza o Rádio Club Cearense, do qual participam exatamente 129 associados. Lidera a extensa relação o Engenheiro Elesbão de Castro Velloso, a quem devemos creditar a iniciativa para instalar em Fortaleza o primeiro equipamento para transmissão de voz e música, o que acabou convertido no funcionamento de “pequena estação emissora de 3 watts” na sede do Clube à Rua Barão do Rio Branco n. 21, onde os membros da agremiação podiam dispor de solitário e inovador aparelho receptor de 3 válvulas, em circuito T. S.F, com alto-falante tipo Ericsson Super-Tone.

Causa admiração: além desse receptor, a cidade - consideremos assim - possuía apenas mais quatro aparelhos receptores (rádios), sendo seus proprietários os Srs. Clóvis Meton de Alencar, Alfredo Euterpino Borges, João de Carvalho Góes e Augusto Mena Barreto. Em 1936 - Foi ao ar a Rádio Nacional do Rio de Janeiro; Em 1942 - Foi ao ar a primeira Rádio Novela. A - Ceará Rádio Clube - conhecida carinhosamente como a pioneira e PRE-9 teve seu auge e suas programações não ficavam a dever a nenhuma outra emissora do país. Rendo aqui a homenagem ao dia do rádio com estas pequenas nuanças que são verdadeiras relíquias.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI-ALOMERCE E AOUVIR/CE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 26/09/2008
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