COMENTO O MEU AMOR ... COMENTO-ME
«... como não
diante de tamanha ousadia
mil vezes sedutora e mortal
noturna ave do paraíso
humana e livre
formosa pena
inatingível...?»
PoetaGalega, «Ave do Paraíso»
(Publicado no RdL em 18/09/2008.
Código do texto: T1184829)
AGIL, a comentar o poema da Poeta
Galega: «Amor, “noturna ave do paraíso”?
Ou Amor, diurna cobra do inferno?
Talvez seja animal assírio misturado...»
(18/09/2008 18h19)
Qualquer amor é ave
do eterno paraíso
ou do imenso inferno
ou do purgatório finito...
Chamas escaldantes
ou sossego quente, mas divino...
Consultei Gil Vicente
que esqueceu o limbo...
O amor não é esse lugar
morno, tépido, tíbio,
em que nenhum dos amantes
sofre de anelos, de quimeras nem de gritos...
Navegarão nos ofegos
as volúpias ou os dias sombrios;
afogarão em prazeres
as ilusões ou os risos.
O amor é assim: ousadia tamanha,
sedutora, de livro,
formoso penar nos anseios,
abraço do inatingido...
Por exemplo, Isabel, Ernesto,
Concha, Ângelo, ... meus amigos:
Vós amais a Galiza, mas onde é que é e está,
onde? Nas névoas? Nos crepúsculos dormidos?
Nas ondas da Lançada que, nove,
geram novos e felizes filhos?
Estará acaso, amigos da alma,
em Santo André de Teixido,
santuário mistérico de sonhos e encantos,
ao qual peregrinam os vivos
ou os mortos, se nas horas fracas,
não cumprem o rito...
(Sem dúvida veríeis naqueles campos
pelo vento batidos
toda a classe de defuntos
sob toda a classe de bichos...
Tantos faltariam à ordem do Santo?
O seu poder é tão ... infindo?)
Será a Galiza como sete fontes
de personagens peregrinos?
Encarna no Apóstolo Zebedeu
esta Terra de Griais de ouro perdido?
Eu, na noite vejo Santas Companhas
que guiam pálidas e transparentes anjos assírios,
mistura de vigores humanos
e leoninos
e de águias voantes
e de rêpteis fugidios...
Vejo de cristal os defuntos, libelinhas
de esperanças diminutas, beijos de lírios
à procura dos rostos amorosos
das donzelas tecidas de azuis prodígios...
Vejo-os também trás dos moços que desertam
das maravilhas persistentes que os envolvem, e sinto
minha alma navegar sobre as nuvens
de algodão do céu e pelas águas dos olvidos
e no fogo suave e purgador
que nos abraça benigno...
Experimento e por vezes choro
e por vezes rio...
São cousas do amor.
Procuro-o audacioso e resolvido.
(A Ivi, que gosta imenso do Hino Riograndense ou Hino Farroupilha.)
diante de tamanha ousadia
mil vezes sedutora e mortal
noturna ave do paraíso
humana e livre
formosa pena
inatingível...?»
PoetaGalega, «Ave do Paraíso»
(Publicado no RdL em 18/09/2008.
Código do texto: T1184829)
AGIL, a comentar o poema da Poeta
Galega: «Amor, “noturna ave do paraíso”?
Ou Amor, diurna cobra do inferno?
Talvez seja animal assírio misturado...»
(18/09/2008 18h19)
Qualquer amor é ave
do eterno paraíso
ou do imenso inferno
ou do purgatório finito...
Chamas escaldantes
ou sossego quente, mas divino...
Consultei Gil Vicente
que esqueceu o limbo...
O amor não é esse lugar
morno, tépido, tíbio,
em que nenhum dos amantes
sofre de anelos, de quimeras nem de gritos...
Navegarão nos ofegos
as volúpias ou os dias sombrios;
afogarão em prazeres
as ilusões ou os risos.
O amor é assim: ousadia tamanha,
sedutora, de livro,
formoso penar nos anseios,
abraço do inatingido...
Por exemplo, Isabel, Ernesto,
Concha, Ângelo, ... meus amigos:
Vós amais a Galiza, mas onde é que é e está,
onde? Nas névoas? Nos crepúsculos dormidos?
Nas ondas da Lançada que, nove,
geram novos e felizes filhos?
Estará acaso, amigos da alma,
em Santo André de Teixido,
santuário mistérico de sonhos e encantos,
ao qual peregrinam os vivos
ou os mortos, se nas horas fracas,
não cumprem o rito...
(Sem dúvida veríeis naqueles campos
pelo vento batidos
toda a classe de defuntos
sob toda a classe de bichos...
Tantos faltariam à ordem do Santo?
O seu poder é tão ... infindo?)
Será a Galiza como sete fontes
de personagens peregrinos?
Encarna no Apóstolo Zebedeu
esta Terra de Griais de ouro perdido?
Eu, na noite vejo Santas Companhas
que guiam pálidas e transparentes anjos assírios,
mistura de vigores humanos
e leoninos
e de águias voantes
e de rêpteis fugidios...
Vejo de cristal os defuntos, libelinhas
de esperanças diminutas, beijos de lírios
à procura dos rostos amorosos
das donzelas tecidas de azuis prodígios...
Vejo-os também trás dos moços que desertam
das maravilhas persistentes que os envolvem, e sinto
minha alma navegar sobre as nuvens
de algodão do céu e pelas águas dos olvidos
e no fogo suave e purgador
que nos abraça benigno...
Experimento e por vezes choro
e por vezes rio...
São cousas do amor.
Procuro-o audacioso e resolvido.
(A Ivi, que gosta imenso do Hino Riograndense ou Hino Farroupilha.)
AGIL