PASTÉIS DE CAMARÃO
Muitas coisas marcaram a minha infância, mas, em matéria de sabores, do que eu mais lembro é dos pastéis recheados com camarão que minha mãe, Idalva, fazia!
Eu esperava ansiosamente pelos aniversários lá em casa! O movimento começava cedo com os preparativos para a festa. Com certeza muitos quitutes eram preparados, mas o único que eu nunca esqueci, foi o pastel recheado com camarões!
Cozinhar os camarões, descascá-los,misturá-los aos temperos, quanto trabalho! E a massa? Não era como hoje que vamos ao supermercado comprar a massa pronta. Lembro de minha mãe misturando a farinha de trigo, água, sal e um pouco de óleo. Misturando pra lá, pra cá, literalmente com as mãos na massa. Amassa, amolega, espreme, sova a massa, joga na mesa. Pegava uma garrafa limpa de cerveja, melava de farinha, estica a massa, estica mais, abre a massa, que massa, que massa!
Ainda ganhava alguns pedaços da massa crua. Brincava com uns, comia outros!
Depois cortar, rechear, fechar os pastéis, era um ritual. E esperar a hora de fritá-los? ... Água na boca!!!
Se o aniversário era de um de nós, crianças, melhor, pois comeríamos os pastéis mais cedo! Se fosse de meus pais, só à noite! Não importava a hora. O importante era que comeríamos aquelas delícias!
Que tempo bom! E para completar, tomávamos aquele guaraná delicioso, o guaraná Brahma da década de sessenta. Acho que era muito mais gostoso do que o de hoje.
Passados trinta e tantos, quase quarenta anos, em uma conversa animada no apartamento de meus pais, Idalva e Edson, falei da saudade que eu sentia de comer aqueles pastéis de camarão da minha longínqua infância!
Dias depois, recebi um convite para o almoço do sábado. Chegando lá, logo me ofereceram pastéis de camarão. Foi como voltar no tempo. Só faltou o guaraná Brahma! Mas o melhor de tudo foi sentir o gostinho do carinho com que foram feitos aqueles pastéis!
Obrigado, meus pais, obrigado, obrigado!!!