O ouro, a prata e o bronze

Me despedi de Pequim com a vontade de mais ouro, igual aquela de quando se come um chocolate e ainda quer mais, mas não tem. Escapou do Brasil algumas medalhas que já sentíamos nas nossas mãos, no nosso ego. A emoção do esporte foi transmitida nas madrugadas, sofrida nas manhãs e admiradas nas noites. O fuso horário maltratou o brasileiro e encantou as crianças, que certamente se perguntaram como o sol estava lá e não aqui. Trata-se do outro lado do mundo, de uma cultura diferente. Lá em Beijim a família é limitada, o espaço é pequeno e a vontade de se reconstruir é maior. Foi a olimpíada para mostrar ao mundo que mesmo tendo sido arrasada, e sofrido com o que chamamos de radiação, hoje a mesma China erradia, não a energia radioativa, mas medalhas de vitória e apesar dos apesares, uma boa recepção para o mundo. O mundo voltou os olhos para admirar o oriente. Saio dessas duas semanas com a emoção do volêi masculino, com a garra do feminino, encantada com a natação e admirando o futebol feminino, mas sem tirar o mérito daqueles que tentaram, mas os anos de treino não foram suficientes para transpor a ansiedade dada pela medalha. Todos ali eram capazes e foram vitoriosos, pois certamente venceram barreiras indescritíveis para vestir um uniforme verde e amarelo, ou vermelho, azul royal... Trouxemos para a nação verde e amarelo ao total 15 medalhas e incontáveis méritos. Fica registrado mais uma necessidade humana, competir e mostrar-se maior, pois o bronze não satisfaz, e por que não?

Alê Trindade
Enviado por Alê Trindade em 24/08/2008
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