A Divina
(à carreira da grande cantora, homenageada no espetáculo “Divina Elizeth”)
Noutra noite vi, em cena, um ritual
Não era religião, mas emocionava...
Muita paixão, e arte que relembrava
uma certa legenda
Iam e vinham os atores/personagens
O enredo e a canção os conduziam
e eu, parado, meio em transe, (re)conhecia
uma forte expressão
Da infância veio a mim a lembrança
Uma ambiência musical constante e perto
em mim formou, por ouvi-la atento e quieto,
eterna admiração
Em meu lar, eu menino já sabia
daquela cantora que existia, tão especial,
e que grandes artistas respeitavam, coisa normal:
Elizeth Cardoso
Há pessoas que são predestinadas
Pelo tempo a menina pobre percorreu
longa estrada, só para afirmar que era seu
um imenso talento
Músicos, poetas e maestros a admiraram:
Jacob, Sílvio Caldas, Ataulfo, Radamés, Tom e Vinicius
A Divina deixou sua marca em vários estilos
na história da música brasileira
Outras cantoras a ladearam, e vieram depois
Seu valor reconheceram, ou pensaram-no superar...
Assunto polêmico, pode-se ou não gostar
Únicas eram sua voz e presença
Sei que ao estrangeiro bem viajou
América, Europa, da Ásia o distante Japão...
Mostrou-se e mostrou a todos, com grande emoção
para cantar, a obra de seu povo
E após quase duas horas de reminiscências,
terminei essa viagem por um tempo de ouro
O teatro de hoje muito bem homenageia nosso tesouro:
Obrigado, ELIZETH CARDOSO!