JIRAU DIVERSO Nº 28

JIRAU DIVERSO

Nº 28– junho.2008

por Enzo Carlo Barrocco

A POESIA SUL-MATO-GROSSENSE DE GERALDO RAMON PEREIRA

O POEMA

VERSO E REVERSO

Luz de Deus ou felicidade pura

- Como pura é a candura do meu verso -

Foi encontrar-te, ó santa criatura,

Na textura complexa do Universo!

Procurei-te, amor, como quem procura

Na moeda da vida o seu reverso...

E no meu ser cinzelaste uma escultura

Em que, se Deus é frente, és tu o verso!

Pois me trouxeste tão sublime afeto,

Que eu, já do amor descrente e vil ateu,

Reencontro o amor em ti e tão completo,

Que eis-me não mais desiludido e triste:

O mesmo amor que em ti me reviveu,

Me fez de novo crer que Deus existe!

O POETA

Geraldo Ramon Pereira, sul-mato-grossense de Maracaju, poeta, contista, cronista, romancista e compositor, no convés da fragata desde 1939, é um ativista cultural que percorre vários caminhos literários, inclusive as trilhas da música. Sua obra escrita inclui alguns livros de poesias, um romance e um livro de contos e crônicas. Geraldo é ocupante da cadeira n° 39 da Academia Sul-mato-grossense de Letras. No meio musical, já que também é violeiro, Geraldo é conhecido como “Gê da Viola”.

ESTANTE DE ACRÍLICO

Livros Sugestionáveis

Chão D´Água (poesias)

Autor: José Ildone

Edição: Cultural Cejup

A poética Amazônica nos versos deste livro mostra a densidade dos textos de Ildone. “Chão D´Água” é a alma do povo da região do salgado paraense.

Convite ao Desespero (Romance)

Autor: Esdras do Nascimento

Edição: Multimais Editorial

A tragédia nordestina da miséria e da fome, agora sob o olhar perspicaz de um piauiense que mais do que ninguém convive com este lamentável drama.

Uma Mulher Não Chora (Romance)

Autora: Rita Ferro

Edição: Editora Lacerda

Todas as situações por quais passa uma mulher de meia-idade. Problemas que vão aparecendo e cotidianamente sendo enfrentados. O romance português por Rita Ferro.

***

A FRASE DI/VERSA

Quanto mais se é feliz, menos se presta atenção à felicidade.

- Alberto Moravia (Roma 1907 – Idem 1990) poeta, contista, novelista e romancista italiano

DA LAVRA MINHA

Entremeio

Enzo Carlo Barrocco

Sumarenta boca

vertical,

língua delgada entremeio

aos lábios.

Uns pêlos

na campina vasta,

erva rasteira,

prestobarba e espuma.

Lírio impudico

Sob o tempo

claro, sobre a textura

lubricidade.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 05/08/2008
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