ELES ESTÃO NO CÉU...
Eu saí de casa cedo; ganhei a estrada da vida e aprendi desde muito jovem a conviver com um conjunto vazio familiar; filho de pais separados, tive dois casamentos, mas os valores familiares sempre ficaram presentes como algo prazeroso e salutar.
Na família de meu pai, aprendi a ter várias mães, já que na infância eu contei pouco com a minha; minha avó Dete, era uma espécie de ave protetora de seus filhos e netos e como eu sou um dos mais velhos, convivi ativamente vendo-a fazer minhas vontades como a “comidinha gostosa” e o carinho maternal, mas no dia 23 de junho de 2004, no dia do aniversário de meu pai, ela resolveu mudar de plano; nos deixou.
Raras vezes na vida eu senti tanta saudade de alguém como senti dela, minha avó Dete; a mulher franzina, pequenininha que fazia tudo para ver seus entes felizes; eu comecei a me dar conta de que muitas emoções estavam por vir. Depois, perdi minha tia Florisdete, outro afeto inesquecível, a irmã de meu pai que mais se assemelhava com minha mãe; foi outro choque.
Hoje, dia 3 de agosto de 2008, as 8:00h, meu avô Judicael Pamponet Pires, que nasceu em 28 de fevereiro de 1910, marido de minha avó Dete, também morreu. Embora estivesse com 98 anos, debilitado e sem nenhuma consciência, a notícia me deixou extremamente triste; foi como se eu tivesse perdido meu pai, ele que era Avôrrai, avô e pai...
Não é de o meu feitio escrever obituários, mas falar de meu avô se fez imprescindível...
Carlos Henrique Mascarenhas Pires em homenagem a JUDICAEL PAMPONET PIRES, * 1910 + 2008.