CANTIGA PARA UM AMIGO QUE JÁ QUASE PARTE
Vai-se o ano
Vem dezembro
O ”ano que vem” vem vindo,
Bem-vindo seja...
Os amigos dizem:
- ano que vem Ruy irá...
Irá pois tem que ir.
Irá pois deve ir.
Irá pois é preciso
E Ruy o que diz a respeito,
Irá ou não?
Se for
Que se vá sem receios
Pois, sendo preciso,
De que servem receios vãos?
Antes que parta:
- muito obrigado
Pelos versos escritos,
Pelos versos ditos,
Pelos versos lidos,
Pelo estímulo,
Pelos “papos”
E pela alma irmã na poesia...
Ruy humano,
Ruy poeta,
Ruy gente.
Sendo ”humano-poeta-gente”,
Ruy é rio,
Ruy é vento,
Ruy é nuvem
E está sempre indo,
Indo em idéias,
Em ideais
E em versos
Pelos universos inimagináveis...
Se for e porque tem que ir
E Ruy indo
Levará lembranças dos amigos,
Seus anseios,
Seus fantasmas
E marcas d’alma...
Ruy indo
Ficará uma imensa lacuna
Plena de versos...
Ruy indo
Levará planos e esperanças
E, dos amigos, votos de sucesso.
Vá Ruy, se preciso for!
Vá Ruy,
Há novas ruas,
Novos rios,
Novos rumos
E novas rimas...
Vá Ruy!
Seja feliz
E acima de tudo
POETA....
Belém – Pa, 25 de novembro de 1981.
(Escrito dias antes da mudança do meu amigo e companheiro de BASA Ruy Godinho para Brasília)