FLORES DE CARVÃO...

E ali,

Também havia flores.

Porque nem sempre há só pedras

Nos caminhos feitos de pedras!

Ali eu as entendi!

Agora sei,

Que em todos os caminhos há flores...

Ainda que flores entre pedras

Banhadas por esperança verde mar!

Mas aquele mar...seria daqui!?

E aquele verde...fictício?

Raias de mãos dadas,

Dadas pelas mãos...de Deus?

Moréias domesticadas!

Tartarugas gigantes e indolentes...

Tubarões tão pacientes!

Entre as indeléveis fissuras

Dos magmas remanescentes...

Pedras aquecidas e esmorecidas

Sob um sol...deveras ardente.

E as flores?

...resquícios dos amores!

Agora eu sei,

Que no calor dum paraíso...

Também há de haver pedras!

Pedras que implodiram

Sob a força d'algum destino.

E eu...

Que já colhi flores de carvão

Dentro dum mar de solidão...

Em homenagem ao paraíso que é o Arquipélago de Fernando de Noronha.