Ingrid Betancourt
Minhas reverências, mulher corajosa e firme. Embora nunca tenha te tocado, aspiro teus ares e alcanço teu coração ardente de amores pela Colômbia. A ela quisestes dar a tua vida, a tua força, os teus melhores anos. País lindo, belo, exuberante. Gente linda, acolhedora, cativante. Ali colhi minha filha amada, a flor nascida onde os Andes se trifurcam. Ali busquei meu filho forte, um homem belo e apaixonante, que verte lágrimas e impõe respeito.
Quantas comoções ao ler tuas cartas, confissões de amor aos teus, sussuros, suspiros, incansáveis turbilhões de afeto. Escritas em meio ao verde estonteante das selvas colombianas, intensas, extensas, esmagadoras e extasiantes. Desafios à derrota e à morte, o teu punho incisivo no relato de tuas dores e aspirações.
Desejo-te paz, mulher poderosa. Deus abriu em pétalas os teus caminhos. Sorve o aroma das flores intangíveis de tuas devoções concretas, teus filhos, a mãe. E todas as famílias da Colômbia exultem em teu regaço. Na França, esparramada em solidariedades, encontres felicidade e repouso. E a luta, indômita Ingrid, ainda te espera. Por dias melhores, por mansidão nos tempos e gerações embaladas no seio da beleza verde, da beleza cascatas, da beleza borboletas, da beleza Colômbia.