desde o berço respirando os ares da escravidão

Desde o berço respirando

os ares da escravidão,

como semente lançada

em terra de maldição,

a vida passo chorando

minha triste condição.

Os meus braços estão presos,

a ninguém posso abraçar,

nem meus lábios, nem meus olhos

não podem do amor falar;

deu-me DEUS um coração

somente para penar.

Ao ar livre das campinas

seu perfume exala a flor;

canta a aura em liberdade

do bosque o alado cantor;

só para a pobre cativa

não há canções, nem amor.

Cala-te, pobre cativa;

teus queixumes crimes são;

é uma afronta esse canto,

que exprime tua aflição.

a vida não te pertence,

não é teu, teu coração.

Homenagem Póstuma ao grande literato Bernardo Guimarães

Conde Diego O Poeta
Enviado por Conde Diego O Poeta em 25/06/2008
Reeditado em 05/01/2011
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