Luiz Gonzaga REI DO BAIÃO
instrumento de pouco luxo
roupas de típico nordestino
como bandidos de Lampião
assim era o rei, nosso Rei do Baião
nascido em Exu, no nordeste
terra de cabra da peste
foi pro sul e "Vira e Mexe"
compôs o seu agreste
sanfona e chapéu de couro
valendo mais que ouro
assumiu sua nordestinidade
mostrando música de qualidade
prum povo que voz não tinha
até que andou foi muito
à Paris mostrou a que vinha
mostrando tudo que tinha
meu grande ídolo uma jóia rara
que na época de São João
nenhuma música ou modismo
me faz tirá-lo do coração
Canto com ele a cada São João:
"Quando olhei a terra ardendo qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu por que tamanha judiação (2x)
Que braseiro, que fornalha, nenhum pé de plantação
Por falta d'água perdi meu gado, morreu de sede meu alazão (2x)
Inté mesmo a Asa Branca bateu asas do sertão
Entonce eu disse: adeus Rosinha, guarda contigo meu coração (2x)
Hoje longe muitas léguas nessa triste solidão
Espero a chuva cair de novo pra eu voltar pro meu sertão (2x)
Quando o verde dos teus olhos se espaiá na plantação
Eu te asseguro, não chores não, viu
Que eu voltarei, viu, meu coração (2x)"