PAPAI, CARECEMOS DELE!

Verdadeiro Pai é consciência sábia que encoraja os filhos nos caminhos das auto-realizações salutares. Não castra, não inibe, não priva, não esteriliza.

Na convivência paterna inexistem vazios. A autoridade necessária, em processos inefáveis, se transforma em atos amorosos plenos de transcendências. Sua grandeza, além das palavras, está na honradez, na inteligência, no caráter, no desprendimento, nas realizações.

Inclinar os ouvidos ao Pai nos ajuda a evitar caminhos cujos fins são terras desertas, nos abre os olhos quanto aos enganos escondidos em “doces bocados” e nos desperta quanto a tantas “covas profundas” mundo afora.

Um filho que tapa o ouvido às repreensões do Pai, sem dúvida, cava abismos nos quais proliferam espinhos, estultícia e lágrimas. No coração dele, os filhos são como jóias únicas cujas alegrias aformoseiam seu rosto.

Quantas interdições, quantas renúncias, Pai que Pai, acaba padecendo a fim de que os filhos criem raízes, conquistem independência e voem na consolidação de suas próprias identidades? Cada Pai é único nesta sábia arte.

Uma sociedade sem Pais ou Pais ausentes não passa de simulacro, desestabiliza-se, arrasta-se aos frangalhos. Estou com mestre Leonardo Boff: “A falta da figura do pai desestrutura os filhos/filhas, tira-lhes o rumo da vida e debilita-lhes a vontade de assumir um projeto consistente de vida”.

Bem-aventurados, portanto, os filhos que têm Pais. Sou um deles. Com o senhor, Papai Mauro Cardoso dos Santos, falecido no último dia 4 de junho em Araguaína-TO, comprovei o que afirmo nesta reflexão. Sua pedagogia nos revelou este mundo como ele é. Nos momentos certos, foi aconchego, foi trabalho, foi bondade, foi conflito. Com o senhor, aprendemos que, em meio aos ganhos e perdas da vida, jamais devemos ceder no que toca a princípios. Seu viver dignamente é o maior legado.Valeu, Papai, valeu, como valeu!!!

Ary Carlos Moura Cardoso

Filho de Mauro Cardoso dos Santos