UT PICTURA... A Cármen Nóvoa (11): Névoa

BRUMA ou BRÊTEMA

Na costa do céu extraviei-me.

Visitante:

conselha-me (suplico)

qual a costa,

qual o céu,

ou se a brêtema,

nuvem feminina de seios,

espargiu os sonhos, seus,

(verdes, azuis, amarelos)

por entre as luzes tristes da distância.

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NIEBLA <> NÉVOA

Névoa:

«deseada y sin sombra todavía»

(B. de Otero)

Ondagem de luzes:

«somos mucho más que dos»

(M. Benedetti)

Céu biliário de saudades:

«yo nada más soy cuando estoy solo»

(M. Hernández)

Mares esquecidos nas sombras:

«rumor aliento de frase sin palabra»

(V. Huidobro)

Sol entre as ledices enxergadas:

«Canta, lluvia, en la costa aún sin mar!»

(C. Vallejo)

Esperança, apesar de tudo esperança...

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NOTA.- São todas. Ainda resta algum estilhaço, com que acabarei a minha HOMENAGEM A CÁRMEN NÓVOA, amiga, pintora e crente.

Apenas outra observação sobre o "bilinguísmo" de alguns poemas. Foi presente a determinadas pessoas e circunstâncias que participaram nas diferentes exposições de Cármen, uma delas realizada com o patrocínio da Universidade espanhola de Acrunha / Coruña.