UT PICTURA... A Cármen Nóvoa (11): Névoa
BRUMA ou BRÊTEMA
Na costa do céu extraviei-me.
Visitante:
conselha-me (suplico)
qual a costa,
qual o céu,
ou se a brêtema,
nuvem feminina de seios,
espargiu os sonhos, seus,
(verdes, azuis, amarelos)
por entre as luzes tristes da distância.
****************************
NIEBLA <> NÉVOA
Névoa:
«deseada y sin sombra todavía»
(B. de Otero)
Ondagem de luzes:
«somos mucho más que dos»
(M. Benedetti)
Céu biliário de saudades:
«yo nada más soy cuando estoy solo»
(M. Hernández)
Mares esquecidos nas sombras:
«rumor aliento de frase sin palabra»
(V. Huidobro)
Sol entre as ledices enxergadas:
«Canta, lluvia, en la costa aún sin mar!»
(C. Vallejo)
Esperança, apesar de tudo esperança...
******************************
NOTA.- São todas. Ainda resta algum estilhaço, com que acabarei a minha HOMENAGEM A CÁRMEN NÓVOA, amiga, pintora e crente.
Apenas outra observação sobre o "bilinguísmo" de alguns poemas. Foi presente a determinadas pessoas e circunstâncias que participaram nas diferentes exposições de Cármen, uma delas realizada com o patrocínio da Universidade espanhola de Acrunha / Coruña.