UT PICTURA... A Cármen Nóvoa (10): E mulheres
MULHER DA PORTA 3
Também foi no início a virgem
de cristal triste almejada
aos laços virgens de florestas.
Olhos aquáticos de luz escura
sulcam ainda as sombras
esmorecidas de carne.
Subtil quebrou agostos
madurecidos ou acaso
só madeira de águas lenes,
desejos que nem foram,
como porta ferida de velhices.
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VÉNUS
Digo que tens gosto de mulher
em algas, presentes sempre,
a fluir pelo río helicóide
de águas turbinosas;
que és tristeza circular,
que és prazer arredondado;
que buzinas rotundas mensagens
de céu ou de mar ou de utopias
(azuis, verdissecos, argilosos);
que escondes frutos
zelados ou proibidos.
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SALTIMBANCO
«[...] rizando el rizo / de un vuelco sin trapecio —artista acróbata— [...]» (G. Diego)
Ela,
artista de acrobacias incertas,
investe subtis equilíbrios.
Borboleta azul da chuva, revela
a Galiza de horizontes floridos.
Elas
tecem o fascínio do trapézio.
Maternais e destemidas,
exploram esperanças e anelos,
espumas de felizes ironias.
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