Putas
Quero que digam às putas
Que por elas tenho respeito e compaixão
Mas quero deixar claro, que elas não me enganam não
Tentam bancar duronas vestem a capa de sabichonas
Mas bem lá no fundo só são astutas, estas putas,
em desempenhar sua profissão.
Que com uma alegria triste, estes anjos caídos
fazem da alegria alheia a sua tristeza interior,
Numa ânsia que jamais acalmará,
numa fome que quanto mais se come, mais se morre de inanição.
Cantando e dançando as músicas do mundo,
mas se esquecendo de sua própria canção
Excluídas, deprimidas pelas avenidas da vida, nos bordeis da luxuria
e nos bailes da efêmera euforia recheada de ilusão.
No gozo vivendo, vertendo prazeres constantes,
mas ausentes de calor e emoção,
experimentam muito do mundo
Andando por muitos caminhos, com uma vida cheia,
Mas, com corações vazios.
Nessa roda pulsante e sem fim
Não se deixem vencer,
não se deixem pela vida enfurecer,
Não se deixem pelas pessoas congelar,
Onde há uma mente pensante há sonhos,
Desejos e metas
Quero que um dia me digam, ó minhas putas queridas,
Que não se deixaram vencer pela dureza da sua própria vida.
E que, principalmente, não se permitam que, carregando tanta vida,
permaneçam vivendo em morte.