MUITAS CARAS
Muitas caras, muitas cores,
uma mistura de valores,
Como nunca já se viu.
Nossa arma não emperra,
Quando salvamos a Terra
Deste querido Brasil
A nossa luta é diaria
Por uma reforma agrária
Por justiça e não por guerra
Todo este povo presente
Colorido e diferente
Somos chamados sem terra
Nós somos bem diferente
Porque defendemos gente
Nosso lar é agricultura
Contra o latifundiário
Faz o povo de otário
Com a sua monocultura
Nós não comemos salada
De eucalípto a burguesada
Com grama na sobremesa
Comemos feijão com arroz
Feito um bom baião de dois
Do campo pra nossa mesa
Não ter discriminação
Ter pela terra a paixão
É o segredo do sucesso
E vai ficar na história
Como o grito da vitória
Em nosso V Congresso
Portanto companheirada
Com sem Terra na parada
Latifúndio não tem vez
Vamos lutar e vencer
Produzir para crescer
Sem dar lugar pra burguês
O Sem Terra tem lutado
pra ter um campo educado
Quer que o camponês estude
Pra conquistar o respeito
Acredita no direito
Na Educação e Saúde
O Sem Terra se preocupa
Quando uma terra ele ocupa
Com o futuro e a esperança
Ele não sai de sua trilha
Protegendo sua família
Principalmente a criança
Com o jovem camponês
Eu vou dizer pra vocês
Existe preocupação
A luta aqui não encerra
Pra nosso jovem Sem Terra
A Saída é a educação
Forma-lo em pedagogia,
Medicina, agronomia,
Direito e outros cursos mais
Pois o jovem preparado
Pode mudar seu estado
E contribuir com seus pais
Somos um povo sofrido
Da burguesia esquecido
Que dá seu grito de guerra
Pra desespero burguesa
Com toda sua riqueza
Não comprará um SEM TERRA
Homenagem declamada pelo autor no V Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em Brasília.