Tributo III (Augusto dos Anjos)
Assisti, agora, o formidável, o enterro
Não da quimera, mas daquele verme
Aquele, que nos versos, no cerne
Vangloria-se, feroz, no funesto aterro
E, agonizante, o filósofo me contou
Que morcegos não mais lhe incomodam
Só voam, voam... giram, giram e rodam
E, que apenas um (o do tempo) lhe atacou...
Mas, mesmo que seja velha a sua obra
Algum verso perdido, sei que sobra
No caos, nos descontroles e desarranjos
Seu lirismo necrófilo ninguém esqueceu
Apenas, talvez, alguém não o entendeu
Pois há de enlouquecer até mesmo os anjos
A Augusto dos Anjos