AKI KAI Eu caio
Muitas vezes um poeta usa as palavras
Para calar as verdades que há dentro dele
Eu,poeta de mim, desenho meus labirintos.
Ser ou não ser,eis a questão
Por que o universo me fez com tanto dualismo?
Por que ele me fez tão diverso único abreviado?
A vida é uma espaço de ternuras
Somos a brevidade de uma poeira cósmica
E um dia desses ao pó retornaremos. Carpe Diem
Eu não caibo mais dentro de mim
Mesmo que eu tente remendar meus pedaços
Eu não caibo mais dentro de mim. Virei avoante.
O tempo deveria ser apenas um desenho infantil
Assim teria o poder de apagá-lo recria-ló
Quando acordo não tenho o tempo que passou.
Tenho dúvidas de quem sou nesse momento
Ceguei todas as imagens com as quais me tracei
Sou o erro. Sou o acerto. Sou ...sou... sou o quê?
Quem sou eu nesse espetáculo chamado vida?
Louco? Ciente? Pedra? Vento? Tudo ou o nada?
Ou serei apenas um criador de ficções, um ator?
Meu coração são muitos e neles habitam
Covardes guerreiros carrascos afetuosos amigos
Meus muitos corações estão me tornando poeta.
" Não sei quantas almas tenho" versou Pessoa
Roubo o verso dele e replico a pergunta:
Quantas almas eu tenho?? Tenho quantas almas?
Na infância a felicidade era algo flamejante
Mesmo que uma queda ralasse o meu joelho
Um dia já fui o imperador de meus risos.
O ofício do poeta é criar artes descolada do real
Às vezes ele tem que tecer palavras
Para aquietar o que ele não quer ver quieto.
Quando o poeta se põe a escrever
Ele aprende a libertar os olhos dele das nulidades
Ele aprende a enxergar com a alma.