AKI KAI Cantigas de roda
Cai cai balão
Aqui na minha mão
Não caiu o balão caiu poesia.
Ciranda cirandinha
Vamos todos cirandar
Felicidade é só questão de ser.
Poesia poesia dourada
Que nasceu em mim
Sem ser semeada.
Um dois feijão com arroz
Três quatro poesia no prato
Cinco seis viver é um barato.
Fui morar numa casinha
Infestada de poesia
Encontrei João e Maria que sorriram para mim.
A barata diz que tem sete saias de filó
A barata é uma mentirosa tão costumaz
Que finge que é dor a dor que deveras sente.
Nessa rua nessa rua não tem bosque
Mas tem um majestoso pé de ipê
Morada de fugazes borboletas amarelas.
Quem me ensinou a poetar
Foi foi marinheiro
Um aventureiro menino feito de despropósitos.
Os pastores dessa aldeia
Só me fazem zombaria
Mas como posso viver sem minha poesia?
Poesia que bate bate
Poesia que já bateu
O menino que me amava com poesia refloresceu.
Sapo-cururu na beira do rio
Quanto o sapo cantava as suas poesias
Até vaga-lumes paravam para ouvi-lo.
Poesia quando nasce
Se esparrama pelo ar
O meu ofício de poeta é a ela espalhar.
Eu entrei na roda e não sei como dançar
A única coisa que a vida me ensinou
Foi dançar valsas através de minha poesia.
Mostre tuas imagens, ó poesia
Rodopie e entre nessa roda
Os homens precisam de sua doçura, ó poesia .
Pombinha branca ,o que fazes? Lavando roupas?
Não! Estou conversando com o menino de Itabira
O coração dele é maior que o mundo.