AKI KAI INFÂNCIA

O menino teimoso que ainda habita em mim

Não tem pressa raiva dor tristezas

Ele vive de encatamentos,ele é poeta.

Nos meus olhos do menino que fui outrora

A vida caminhava tão tartarugamente que

Nem a hora de dormir apagava meus devaneios

Meu material de estudo me acompanhava

Dentro de uma bolsa feita de retalhos coloridos

Os retalhos de minha infância viraram poesia.

Em dias de alvas e doces nuvens

Meu olhar guloso me alçava ao céu

Porém meus pequeninos braços me frustravam.

Uma única vez mirei meu estilingue

Em uma árvore da qual saia cantos

Até hoje o canto cessado me atormenta.

Em um ato de extrema e não sabida crueldade

Revirava telhas amontoadas no fundo do quintal

E fazia dos tatuzinhos minhas bolinhas de gude.

Fechei os olhos por um breve instante

E me vi no alto de uma jabuticabeira

A jabuticaba extraviada do vizinho era mais doce

Pera maçã uva

O primeiro beijo

Era motivo de fofoca e contentamento.

Um dia capturei uma joaninha

Com uma borracha e tentei apagar suas bolinhas

O resultado foi deveras desastroso.

Professor Maluco Beleza
Enviado por Professor Maluco Beleza em 01/09/2024
Código do texto: T8141584
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