AKI KAI 4

Se essa rua se essa rua fosse minha

Eu daria a ela o nome de José

José o que é sem nome e que ama e protesta

O poeta faz peraltagens com as palavras

Ele consegue fazer as dores que deveras sente

Serem transformadas numa sonora kkkkkkk.

Meu poema não precisa

De versos métricas rimas

Ele só precisa da ausência para se compor.

A poesia me aprisionou de tal maneira

E qual tirano despido de sensatez

Rasga minha carne me fazendo flor.

Não consigo mais separar de dentro de mim

O bêbado o equilibrista o poeta o racional

Estou me tornando um mutante dos ocasos.

O poeta consegue fotografar

A dor o riso a fome o amor

A foto que tira de si é uma imensa interrogação .

A poesia não tem contato com a realidade

Ela vive de insignificâncias

Tipo pedra flor formiga amor.

Meus poemas só conseguem existir

Quando abro dentro de mim

As masmorras nas quais me escondo.

Sou um profano destruidor da razão

Escuto versos em asas de borboletas

Canto trovas para silenciar o espaço.

4:37 da manhã o galo do vizinho já canta

Nos telhados gatos brigam por seus amores

Em meio a tanto barulho a poesia me fez amante

Professor Maluco Beleza
Enviado por Professor Maluco Beleza em 01/09/2024
Código do texto: T8141557
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