AKI KAI
Sonhei que era menino árvore
E que cada folha que me cobria era um verso
E que cada verso folha meu era um canto.
Deixei meus versos caírem
Nas asas de um alegre beija flor
Meu poema se espalhou de flor em flor.
Toc. Toc. Toc.
Tem batuque na árvore
Se esconda bichinho é o pica pau.
O que será que a minúscula formiga
Busca ao escalar a enorme árvore?
Será que quer ver o fim do mundo?
A menina enxadeira esconde suas tristezas
Cavando pra lá e pra cá
Buracos para seus girassois plantar.
Que inveja! Não consigo voar
Não consigo parar no ar
O beija flor voa,para no ar.....e também sabe beijar
Os pássaros dizem bom bom dia
A cidade cada vez mais embrutecida
Apaga seus cantos,borra suas cores.
A magia de Isis não trouxe apenas
Flores frutos sombras cantos voos
Ofertou a Gaia o menino da Pedrinha Mágica.
De repente não era mais o nada
O silêncio conversou comigo
Se fez poesia.
Bem -me-quer,malmequer
Bem- me quer, malmequer
O Universo me quer bem .
O amor é fogo que arde sem se ver
Cantava,enamorado, o beija flor para a lua
A Lua,mudamente,simplesmente o ignorou.
Nem a manhã cinzenta
Consegue borrar
A árvore e seu amarelo varal.
Maritacas atacam
Os frutos da castanheira
Alegremente, desmentem o silêncio.
Fragmentos multicoloridos
Serpenteiam pelos sinuosos caminhos
Formigas a trabalhar criando minha poesia.
Vento soprando
Nuvens se afastando
Pipa voando.
Algazarra sonora anuncia
Respeitável público
O espetáculo da vida vai recomeçar.
Breves momentos do tempo
Se transformam em poesia
Quando o universo se veste de poesia
Habitam em mim
Multifacetados Dom Quixotes
Somente a poesia é capaz de decifra-los.
O 13' trabalho de Hércules
Era vencer minhas utopias
Quem é feito de poesia não se vence.
Subitamente emergiu em mim
A mais louca das poesias
Rabiscadas pelo brilho do sol em minhas retinas.
Ensandecidas e coloridas pinceladas
Compunham a poesia de Van Gogh
Quem dera todos vivessem essa loucura..