Quase um haikai tupiniquim – Um fidalgo e seu asno
Ajeitais o terno e os sapatos
Desarrumado pesa mais nesse mundo
Carregando o fardo de carrapatos
Quem vos lhe deu por imundo?
Tão prudente esta vil criatura
Que usa a língua com veemência
A dar pregões até no cura
Mas só nos asnos tens audiência.
Ainda que só estes te escutas
Causa mais que o fedor do teu meio
De boca velhaca tens as putas
Este caso suporta sem receio
Mas cantais a sabedoria dos gregos
Vais para o inferno com teus fumos.