HAICAIS E MAIS.
Num só ato
os gatos pegam,
pobres ratos.
Caçando letras
descobri em versos,
todos reversos.
Se for pedra
a vida será rocha,
não reclame!
Na folha de inhame
os pássaros bebem
o vasto oceano.
Por ti ter então,
o poeta trafega
na conta mão.
Sobre o túmulo
uma lágrima despenca,
fim do mundo.
Arco-iris no alto
o menino se torna,
pobre incauto.
Araras azuis
sobrevoam quênios,
filhotes a vista.
Com a bola no pé
nasceu uma lenda,
chamada Pelé.
Num pulo só
o sapo martelo
some no lago.
As coisas simples
tem gosto de plenitude,
Ipê florido.
No embalo dos bambus
o vento vai sacudindo,
voam Anús.
Anús pretos,
solidão das matas,
pássaro calado.
Entre os pingos
da chuva de inverno,
a primavera renasci.
Ela olha, vago olhar,
no rosto surge as pintas,
logo, após as rugas.
Depois da noite,
abriam-se as vidraças,
pássaros voam.
Pé ante pé,
pulou a janela
caiu no céu.