Ode Imigrante

Tal como tantos,

Deixaram suas casas

Faminta gente.

Abandonaram

Marés de incerteza

Em suas terras

Para nos mares

Encontrar o futuro

De imigrantes.

Nas viagens o

Duro sacrifício

A vida cobra,

Outra dívida

Impagável fora a

Do agiota

Que corpos pagam

A perder de vista nos

Escuros porões.

Fazem promessas

Da velha vida nova,

Seus novos lares,

Enquanto cantam

Cantigas de tradição

E saudade.

Quem sobrevive

Contará a história,

Mas há de mentir:

Na vida somos

Sempre o emigrante

À despedida.

Só o presente,

Sem lembrar o passado,

Não há futuro.

Mas a estes foi

Penhorada a visão,

Desiludidos.

Aqui também são

Explorados serventes

D'outras maquinas.

Aqui há fome

D'outras bocas por comer.

Gente como tu

E que trabalha

Noutras fábricas comuns

Do subemprego.

Outros a sonhar

Poder fugir da crise,

Do desemprego.

Crises do mundo,

Em imaginária

Felicidade,

Perpétua e

Vitalícia, longe

D'onde se está.

Todos somos sós

A procura de algum

Lugar melhor e

Imigrantes à

Ganância de homens

Donos de tudo.

Não há distinção

Entre raças, credos e

Sexos iguais.

Seremos todos

Imigrantes em terras

Sem nacionais!

Hernán I de Ariscadian - Ode Imigrante

Hernán I de Ariscadian
Enviado por Hernán I de Ariscadian em 07/05/2019
Reeditado em 25/10/2020
Código do texto: T6641558
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