Haikais da sexta-feira
Dedo ágil
alegra uma alma
frágil
O pecado
mora ao lado
- fica de quatro
Véu da noiva
esconde incontida
melancolia
Fruta podre
não adoça nem a
boca do pobre
Tempero de
minhas tristezas
- seus ais
Vem o vento
fustigar o mar
- vendaval
Ofende mais
quem na boca
nada cala
Deu um nó na
saudade ao ajeitar
a gravata
Humilhado
é o gato quando
cai do telhado
Rio que afoga,
minha alma não
naufraga
Imensidão
do mar, neste azul
- seu olhar
Chorar lágrimas
tardias e vãs
- amanhã