Haicais de Jarrê
1
Em forma de cone,
dorme o Fuji um sono leve...
– Não toque o trombone!
2
Alguém que é feliz
sorri em Londres, Moscou,
em Roma e Paris.
3
Chegou o momento:
Salvar ou tudo acabar,
sumindo no vento.
4
Em lama de porco
jangada de pau e pano
navega de borco.
5
Explosão, fulgor,
motete, belo tapete
de lápis de cor.
6
Gosto da surpresa,
da rima no fim do verso,
que não surge presa,
7
Hoje, sempre, agora...
Quem nunca perde a esperança,
sempre vê melhora.
8
Jardim do sertão
apresse a flor que já cresce
no meu coração!
9
Lá naquele banco
a Rosa, mulher formosa,
tem sorriso franco.
10
Na luz do luar,
a verve vinga e me serve
para bem rimar.
(Jarrê Vadoux)