As letras em Haikai
abismo vejo
navalhas escarpadas
rochedos cortam
busco harmonia
nas brumas invernais
gélida razão
corro célere
colinas verdejantes
flores carrego
destroços fluem
rudes ondas carregam
contínua maré
espinhos matam
vigoroso lanceio
rosa e sangue
fruto ácido
árvore proibida
mortal desejo
galhos desnudos
frutos apodrecidos
agonia atroz
hibiscos formam
mística forma oval
pesado fardo
ilha estéril
repele sanidade
nada atrai
juncos únicos
norte muralha verde
insuperável
kairalla sorri
folhas recobrem bosques
flores a cobrem
lépido vento
alvissareiro sopra
inverno se vai
macaco-prego
preso, crucificado
santo macaco
névoas envolvem
ninfas amortecidas
árvores mortas
orvalho molha
amadurece raiz
vicejam folhas
patos parados
alvos simples pintados
lago sangrento
quebra espinhos
rosas sucumbem vivas
triste destino
rosas vicejam
rubras pétalas abrem
rústica haste
sibilam cobras
pântano putrefato
vida oculta
tigre arisco
finita liberdade
mata fechada
uivos cortantes
matilha caça presa
loba lidera
vento fustiga
inverno acolhido
grutas abrigam
xisto mutante
metamórfica rocha
terra inculta
zebras evadem
savanas infestadas
chacal à caça